Embora não temida – ou não deveria – porque é lucro, na medida em que após ela cessam as lutas do tempo presente e por acessar a eternidade com Deus, sob a ótica cristã, a morte física causa tristeza por tirar do convívio diário pessoas queridas, que amamos. Está sendo assim, hoje, para os “Bento da Silva”, com o falecimento, aos 85 anos, de Manoel Bento da Silva.
Seo Manoel, muito querido na comunidade castanheirense, faleceu durante a madrugada no Hospital São Lucas, em Juína, depois de 15 dias lutando pela vida numa UTI, o que deu-lhe tempo de dizer aos filhos – quatro homens e uma mulher – que os amava.
Era um nordestino raiz, e como todos que vieram de lá para outras regiões do Brasil, somando-se â força do trabalho, era um valoroso faz tudo na comunidade local, onde trabalhou nos anos 90 do século passado na Rezzieri e mais recentemente no Lacticínios Casterleite, duas referências da economia em tempos distintos, o passado e o presente, e entre os dois tempos na Prefeitura Municipal.
Seu nordestinismo, neologisticamente falando, será lembrado, doravante, pelo gosto em comer os pratos típicos de sua culinária como acarajé, vatapá e, claro, buchada de bode, como destaca um dos filhos, citando até um que é desconhecido de muitos, o arroz com melancia.
Qualificativos não faltam para perpetuar sua memória, como “amigo dos amigos”, lembrado pelo filho Denailton, residente em Juína, observando que para ele “não tinha tempo ruim”. Para Fran, nora que já residiu por um breve tempo em Castanheira, era um amor de pessoa. Seu esposo, o conhecido Everaldo Pintor, cita o “guerreiro” para definir o pai, valor ecoado por outro conhecido filho, o Zé da Juremaq.
Nascido no Vale do Mandaú, referenciado por uma grande lagoa nos arredores de Maceió, “Seo” Manoel Bento viveu parte de sua vida, antes de deslocar-se para Castanheira, em Diamante do Norte, pequeno município da microrregião de Paranavaí, no Paraná, onde nasceram os filhos da bela relação de amor com sua inseparável Quitéria Maria da Conceição Silva, com a qual desfrutou de 60 anos de relacionamento.
Além dos filhos e de dona Maria, deixa nove netos e 10 bisnetos e um legado referenciado pelos valores mais caros da sociedade, como a honestidade e o trabalho. As despedidas acontecem até às 17 horas desta sexta-feira, 09, na Casa da Saudade, seguindo-se o sepultamento no Cemitério Bom Jesus.