Em tempos turvos, motivados por uma campanha eleitoral explosiva, até as cores da bandeira nacional e a própria bandeira foram alvo de polêmicas e protestos. A campanha do presidente Jair Bolsonaro usou suas cores, em nome do patriotismo. Os discordantes, lembraram que a bandeira e suas cores são do Brasil e não de um partido político.
“A legislação eleitoral deveria definir que os partidos políticos usem as cores que os representam”, diz um analista político de Cuiabá, ouvido, via whatsApp, pelo Castanheira News. Observa que isto deveria ser trabalhado e “até desenhado” junto ao eleitorado, para a devida compreensão e para evitar tensões desnecessárias.
Neste cenário, ironicamente o vermelho, tão odiado por alguns segmentos políticos no Brasil, é a cor do Partido Republicano, de Donald Trump. O azul, é a cor oficial do partido Democrada, do atual presidente, Joe Biden. Essas cores fomentam o cotidiano das campanhas, na forma de bandeiras e vários adereços.
No Brasil, levando-se em conta os dois postulantes mais fortes a presidência no recente pleito eleitoral, o PL tem o vermelho, branco e azul. Isto mesmo: vermelho, branco e azul, coincidentemente as mesmas cores do PDT. O PT, o vermelho e o branco. O PSL, partido anterior de Bolsonaro, incorpora três cores da bandeira, a propósito do conflito: verde, azul e amarelo. O PP, da base de Bolsonaro, o azul e branco, e assim por diante.
A propósito da demonização do vermelho, da parte de alguns, ele está presente nas bandeiras das nações mais poderosas do mundo. Alguns exemplos: Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, Japão, Dinamarca, China, Rússia, Alemanha, etc.
Alguns estudos, sem vínculo político-partidário, indicam que o vermelho poderia existir na bandeira do Brasil, considerando que o nome do país está relacionado a uma madeira, de cor vermelha, usada para tingir tecidos que os portugueses encontraram por aqui, o pau-brasil.
E como houve um envolvimento muito forte das igrejas na recente campanha, inclusive com cedência de templos e púlpitos para discursos políticos e “proféticos” (na verdade profetadas), importante lembrar que o sangue de Jesus era vermelho.
E como houve um envolvimento muito forte das igrejas na recente campanha, inclusive com cedência de templos e púlpitos para discursos políticos e “proféticos” (na verdade profetadas), importante lembrar que o sangue de Jesus era vermelho.
Registrei esse texto a propósito de um amigo que nesta semana, na Agência da Caixa Econômica Federal, em Juína, foi alvo dos mais impensados impropérios, da parte de um cidadão, apenas porque usava uma camiseta vermelha. Os guardas tiveram que retirar o exaltado cidadão que gritava: “Bolsonaro! Bolsonaro!”.
Vivaldo S. Melo