Duas jovens estudantes de medicina, uma de Mato Grosso e outra de Mato Grosso do Sul, foram citadas em centenas de homenagens nas redes sociais, nas últimas horas, por estarem entre as vítimas da chacina que matou mais quatro pessoas na fronteira do Brasil (Ponta Porã) com o Paraguai (Pero Juan Cabalero): Rhannye Jamile, de 18 anos, era de Curvelândia, na região de Cáceres, e Kaline Reinoso, de 21, de Dourados.
Com Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 18 anos, filha do Governador do Departamento de Amambay, que equivale a Estado no Brasil, elas tinham acabado de sair de uma casa de eventos, em Pero Juan Caballero, neste sábado, 09, quando o veículo no qual se encontravam foi alvejado. O alvo seria Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, conhecido como Bebeto, a quarta vítima fatal, que seria o alvo dos atiradores.
Segundo familiares da mato-grossense Rhannye, desde pequena ela sonhava em fazer medicina e estava muito feliz por fazer o curso na cidade paraguaia, que tem seis faculdades na área, onde estudam muitos jovens de Castanheira e Juína. Por se tratar de uma região de fronteira, os pais manifestaram grande preocupação, no início, alertando a filha sobre a importância de se cuidar.
Perigo
O editor do Site Castanheira News já residiu na fronteira entre as duas cidades, sendo da equipe pioneira da Sociedade Rádio Ponta Porã, onde trabalhou como produtor musical e editor de programas. Vivaldo S. Melo destaca que existe um mundo paralelo na região e mesmo quem dele não participa, pode ser vítima em alguns eventos e ambientes, onde acertos de contas costumam não deixar testemunhas.
Aos jovens da região que estudam por lá ele alerta para a importância de evitarem determinadas festas e ambientes. O velho ditado “o inocente paga pelo pegador” se enquadra na realidade das duas fronteiras. Várias vítimas inocentes já perderam suas vidas por estarem no lugar errado e muitas vezes – até sem saber – com as pessoas erradas.
As outras vítimas
Outras duas pessoas sobreviveram ao ataque, Bruno Elias Sanchez e Rafaeli Alvarez, ambos de 20 anos. Eles foram encaminhados a hospitais particulares. Segundo a imprensa local, foram disparados pelo menos 100 tiros contra o veículo, um utilitário esportivo branco. Osmar Vicente, que recebeu 32 tiros, era suspeito de ter deletado 14 membros do PCC, que estaria por trás das mortes.