Uma ave, na Praça 04 de Julho, no centro de Castanheira, chamou a atenção das pessoas que passavam por lá no final de semana, especialmente no sábado. Por ser não acostumada ao convívio urbano, sua presença gerou curiosidade.
As professoras Márcia Gomes Furlan e Keli Castro, tiveram a atenção chamada para o Urutau. Assentado sob o que restou de uma palmeira, nas proximidades do banheiro da Praça, podia passar despercebido, uma vez que normalmente se passa por um pedaço de madeira, galho ou mesmo tronco partido de alguma árvore.
Ave noturna, seu canto triste e tocante, que gera as mais diversas interpretações, especialmente pelos mais supersticiosos, tem sido ouvido diariamente nas imediações de uma faixa de mata preservada na área da antiga Serraria Rezzieri.
Márcia Furlan observa que o Urutau solitário da Praça 04 de Julho pode estar cogitando estabelecer um ninho no local, já que a madeira onde foi visto é propicia para isto. Outro castanheirense, que conseguiu observá-lo, brinca, destacando que o “bichinho resolveu apenas passear no centro da cidade”.
Quem desconhece as descrições sobre a ave, pode não gostar de algumas interpretações. Tido como nobre pelos moradores rurais, especialmente do norte do país, o Urutau, que se alimenta de pequenos insetos e consegue até pegar aves maiores, durante o voo, é conhecido pela forma como se protege dos perigos e dos predadores. Até aí, tudo bem, mas...
Segundo os sertanejos, ele aparece na hora em que a lua nasce e seu canto, que se assemelha a um “foi, foi, foi...”, é um presságio ou aviso de morte de algum familiar. Costuma ficar estático, não se assustando facilmente.
No mundo das lendas, há quem diga que o pássaro teria sido uma mulher, que perdeu seu amor. Por isto, teria o nome de “pássaro fantasma”. Interpretações a parte, há quem goste de ouvir seu canto triste e a aparição foi vista como um privilégio.