Suicídio entre jovens: o que fazer preventivamente?

RESUMO DA NOTÍCIA

O tema é tabu. Cresce, no entanto, a opinião de que é preciso falar mais sobre o assunto. Texto a seguir indica nortes preventivos.
Compreender as razões que levam ao aumento do índice de suicídio entre jovens é uma das maiores questões que desafiam a saúde pública, assim como pais e educadores da contemporaneidade. Ainda que o suicídio entre jovens simbolize uma problemática cada vez mais presente, a atenção à saúde mental é a alternativa mais adequada para conter essa prática.

Nessa perspectiva, vamos apresentar as possíveis causas que levam os jovens dessa nova geração ao suicídio. Confira as principais razões que alimentam a ideação suicida e veja que há, sim, um caminho possível para recuperar a estabilidade mental desse grupo e reduzir o risco de concretização desse ato. Boa leitura!

O aumento no índice de suicídio entre jovens na última década

Recentemente, uma revista de grande circulação nacional divulgou dados alarmantes do relatório que a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou em 2016: a cada quatro segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. Em nosso país, o Jornal Brasileiro de Psiquiatria publicou um estudo do Scielo chamando a atenção para o aumento da tendência de suicídio entre adolescentes e jovens de 10 a 19 anos.

Em todo o planeta, as mortes por suicídio chegam a 800.000 por ano, segundo a OMS. Esse panorama demonstra que a realidade do risco global de mortes por suicídio na juventude induz à busca de medidas que diminuam o avanço dessa problemática.

A boa notícia é que a OMS afirma que os suicídios são preveníveis. Entretanto, essa prevenção só será efetiva mediante a adoção de estratégias mais efetivas. É necessário, portanto, implementar ações mais eficazes de prevenção do ato suicida nos programas voltados à educação e à saúde, principalmente nas regiões cuja população jovem compõe o grupo de risco.

As 5 possíveis causas que levaram a esse aumento

Quando o assunto é suicídio, surgem algumas indagações na cabeça dos profissionais de saúde, de pais e de educadores. Ainda que todos busquem respostas para compreender as razões que alimentam o alto índice de suicídio entre jovens, não existe um denominador comum entre os casos concretizados.

Entretanto, grande parte desses atos tem, de alguma forma, relação clara com os desajustes mentais. Os distúrbios mais comuns são a depressão, a esquizofrenia e os transtornos psicóticos. O abuso de drogas e o alcoolismo também representam uma parcela considerável de influência na ideação suicida.

Mas as causas não se limitam apenas aos fatores perceptíveis. Em algumas situações, não é tão fácil identificar, com precisão, os sinais que podem alimentar gatilhos ligados ao aumento do suicídio entre jovens. Porém, a fim de lidar melhor com a questão, trouxemos 5 possíveis causas. Veja quais são!

1. Influência de séries ou de filmes 

Seriados, como a conhecida “13 Reasons Why”, foram amplamente discutidos na mídia devido à sua possível relação com o aumento de suicídio de jovens. Na verdade, mesmo que a ideação suicida esteja associada a múltiplos fatores, a alta exposição aos filmes e às séries com essa temática pode motivar a opção pelo suicídio.

2. Impacto das redes e do universo digital

Atualmente, a maior submissão ao universo digital, sobretudo aos temas mais discutidos nas redes sociais, deixa a juventude mais vulnerável a essas influências prejudiciais à saúde mental e emocional. Logo, é necessária uma abordagem mais eficaz quanto à influência do impacto da tecnologia na saúde mental dos jovens.

3. Falta de expectativa no futuro

Muitos jovens enfrentam conflitos que levam à redução da expectativa quanto ao futuro. Isso pode estar relacionado ao baixo desempenho escolar e acadêmico, à insatisfação com a aparência física ou às excessivas cobranças em casa. Outro problema bastante comum e que deve ser incluído nas causas que influenciam as ideações são os bullying recorrentes. 

4. Conflitos relacionados à orientação sexual

Essas questões influenciam bastante o desenvolvimento dos transtornos psíquicos que podem levar ao suicídio. Além do medo da não aceitação da orientação sexual do jovem pelos pais, isso ainda leva à insegurança nos relacionamentos afetivos. Logo, questões de sexualidade não podem ser descartadas como motivação para o suicídio.

5. Ausência de tratamento

Muitos que enfrentam problemas relacionados à saúde mental não recebem tratamento. Os órgãos públicos não conseguem suprir a demanda por vagas e, com isso, há falhas no acolhimento dos indivíduos que necessitam de atenção à saúde mental. 

Além disso, muitos têm vergonha ou medo de pedir ajuda, de serem incompreendidos ou até mesmo de serem rotulados como loucos. Infelizmente, a superação dos estigmas e dos preconceitos em relação ao verdadeiro papel da Psiquiatria ainda é um dos principais desafios deste século com relação à saúde mental. 

O que os pais podem fazer em casos de ideação suicida

Conforme um estudo realizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, 7,3% das mortes de jovens têm relação direta com o suicídio. Mediante essa situação, enumeramos algumas sugestões que podem ajudar a frear o aumento do índice de suicídio entre jovens. Acompanhe!

Falar sobre o tema

A realidade do suicídio no Brasil e no mundo induz a necessidade de discutir mais abertamente a questão. Propor diálogos e falar sobre esses processos de caráter destrutivos e que podem resultar na morte trazem benefícios e auxiliam na prevenção do suicídio em nossos jovens. Mostrar-se disponível para acolher e ajudar a quem precisa é essencial mediante situações delicadas assim.

Observar as mudanças de comportamento nos jovens

Dados da OMS amplamente divulgados pela mídia afirmam que o suicídio já ocupa o segundo lugar como causa de óbitos entre adolescentes e jovens na faixa etária de 15 a 24 anos. Vale destacar que ninguém decide se suicidar de uma hora para outra. 

Portanto, ficar atento aos sinais suspeitos dessa prática pode recuperar a saúde mental e salvar vidas. Por isso, um dos aspectos mais favoráveis ao controle do suicídio é observar as mudanças de comportamento do jovem e oferecer ajuda o mais rápido possível.

Cuidar da saúde emocional do jovem

Ainda que exista uma depressão típica que acomete a maioria dos adolescentes e jovens, isso não significa, necessariamente, uma doença ou um quadro de transtorno mental. Muitas vezes, as crises depressivas estão associadas aos processos de mudanças fisiológicas e psicológicas comuns a essa faixa etária. Contudo, se houver crises recorrentes e a piora do quadro, o ideal é buscar ajuda profissional.

Buscar ajuda quanto antes

Um estudo publicado pela OMS sobre suicídios em 15 mil jovens revelou que, em 98% dos casos, a explicação estava ligada a transtornos mentais. A falta de assistência à saúde mental pode gerar prejuízos irreversíveis e, conforme confirmado nesta pesquisa, até levar à morte. Logo, um suporte profissional especializado — e a avaliação sobre a necessidade de internação — são os caminhos mais adequados para solucionar esse impasse.

Como você pôde perceber, uma das melhores alternativas para reduzir o aumento do índice de suicídio entre jovens é a atenção à saúde mental. Se você conhece alguém nessa situação, não espere a evolução do quadro: busque ajuda quanto antes e veja as melhores formas de conter problemas graves como a ideação suicida.

Hospital Santa Mônica