Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, os casos de pessoas infectadas com o Sars-Cov-2 vêm caindo. No entanto, as vacinas trabalham para impedir a ocorrência de casos graves e minimizar o número de hospitalizações e mortes. Sendo assim, é possível que mesmo após tomar a vacina contra a Covid-19 uma pessoa contraia a doença. E isso pode dar a impressão de que a vacina não está funcionando, mas isso não é verdade.
Essas infecções causadas pelo coronavírus que ocorrem mesmo após a vacinação são chamados pelos especialista de infecções disruptivas. Para esclarecer algumas dúvidas que você pode ter sobre as infecções disruptivas, nós consultamos especialistas. Além disso, iremos esclarecer por que ainda é importante se vacinar, usar máscaras e manter o distanciamento social.
Mesmo vacinados, ainda estamos em risco
Em ensaios clínicos, as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil mostraram-se eficazes na prevenção da Covid-19, especialmente em casos graves da doença. Contudo, elas ainda não são 100%. Mas ao contrário do que algumas pessoas acreditam, isso não é algo incomum. Se pararmos para pensar algo semelhante acontece com a vacina anual contra a gripe. Ela serve para injetar no organismo um reforço de anticorpos contra a doença, mas não impede que a pessoa contraia o vírus.
Qual a importância de se vacinar?
Quer você tenha tomado ou não a vacina, as mesmas coisas que o colocaram em risco no início da pandemia continuam sendo um problema agora - ou seja, estar muito perto de outras pessoas e não usar máscaras. Contudo, a boa notícia é que pessoas vacinadas que contraiam a doença só terão sintomas leves, dificilmente avançando para um quadro clínico mais grave.
O risco de ter sintomas mais graves é maior se você tiver um sistema imunológico enfraquecido, mais de 65 anos, ou alguma comorbidade como pressão alta, diabetes ou excesso de peso.
A boa notícia, de acordo com a American Medical Association, é que até um terço dos pacientes com infecções disruptivas não apresentam sintomas. E apenas cerca de 0,004% das pessoas vacinadas recebem casos inovadores que exigem hospitalização, e uma porcentagem ainda menor delas morreu, acrescenta a Dra. Beth Oller.
Em um estudo na revista Clinical Microbiology and Infection, praticamente todos os pacientes que deram entrada no hospital com infecções disruptiva tinham uma condição pré-existente, como hipertensão ou diabetes.
Em uma amostra do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) de infecções revolucionárias que foram fatais ou envolveram hospitalização, 74% dos casos eram de pessoas com 65 anos ou mais. Ou seja, o mesmo grupo que já era mais vulnerável a sofrer com complicações do vírus.
À medida que novas variantes do coronavírus surgem, especialistas debatem se uma terceira dose de reforço da vacina contra a Covid-19 é ou não necessária.
No Brasil, começou em setembro o reforço na imunização contra a Covid-19. Por enquanto, a terceira dose da vacina contra a Covid-19 destina-se apenas a idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos.
Você ainda precisa fazer o teste
“Se você acha que está com uma infecção disruptiva, ou mesmo acredita que há uma alta probabilidade de ter sido exposto, faça o teste”, aconselha a Dra. Oller. “A melhor maneira de evitar que esse vírus continue se espalhando é sabendo se precisamos nos isolar.”
As pessoas vacinadas infectadas com o vírus causador da Covid-19 ainda podem transmiti-lo a outras pessoas, ainda que não apresentem sintomas. Por isso a importância de se manter todos os protocolos.
Consulte o médico
Embora a maioria das pessoas com infecções disruptivas não fique tão doente, você ainda deve consultar um médico. Mesmo através do atendimento médico remoto, o seu médico pode ajudá-lo a monitorar a gravidade da infecção e, se necessário, providenciar a hospitalização.
A vacina salva vidas
A vacinação é a nossa melhor defesa contra a Covid-19. Quanto mais pessoas protegidas contra o coronavírus, menor a probabilidade do surgimento de novas variantes e maior as chances de recuperação dos infectados.
“Vacinação, uso de máscara e álcool em gel, evitar aglomerações; todas essas coisas juntas diminuem o risco”, afirma a Dra. Oller. "A vacina entra como uma ferramenta fundamental no combate contra o vírus. Vacinar-se pode literalmente ser uma questão de vida ou morte”.
Seleções - Imagem: Agência Da Hora
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