Castanheira se despede do pioneiro Francisco Lazzarotto

RESUMO DA NOTÍCIA

Com 41 anos de vivência em Castanheira, Francisco faleceu nas primeiras horas desta quarta-feira, depois de sofrível luta contra uma enfermidade.
A família Lazzaroto e Castanheira, de uma forma geral, vive um dia de luto nesta quarta-feira, 21. Faleceu às 06 horas da manhã, Francisco Lazzarotto, morador do IV Assentamento, no Vale do Seringal, depois de 41 anos de vivência no município, o que faz dele um pioneiro.
 
Francisco é representante do grande contingente de catarinenses que se deslocaram para a região noroeste de Mato Grosso, movidos pelas notícias do desbravamento da região, iniciado com a decisão do governo federal, à época sob comando militar, de povoar a parte amazônica do Estado então ainda maior por incorporar as terras do hoje Mato Grosso do Sul.
 
Na terra dos castanheiros, neste tempo contados às centenas, criou filhos – são seis – e viu a dádiva dos netos – cinco – movimentar a história da família. De todos os lidares, além do gado, amava, segundo familiares, cultivar, desde uma horta, que fortalecia a alimentação de cada dia, a rosas e orquídeas.
 
Das tradições do sul, manteve o momento diário do chimarrão e não abria mão de um bom churrasco, preferencialmente com os familiares por perto. “Era um homem trabalhador e dedicado à família”, observa um dos próximos. Até por isto, o impacto da perda promove dor profunda em todos, desde os momentos iniciais das despedidas, na Casa da Saudade. 
 
Embora seja comum, como um dos reflexos destes momentos, os clássicos questionamentos sobre o sentido da vida, paradoxalmente, a história que construiu motiva gratidão a Deus e deixa a certeza de que as gerações que se seguirão, no seio da família, terão boas narrativas sempre que a memória for ativada. 
 
“Tinha muita consideração por ele e uma verdadeira amizade, por isto está indo hoje uma parte de mim, mas sei que ele descansou”, diz o irmão Vicente Lazzarotto, fazendo menção aos limites enfrentados por enfermidade. “Não tem como esquecer as risadas e o tomar chimarrão, que não poderia faltar”, observa Jucilene Lazzarotto, sua sobrinha. 
 
“Não temos palavras neste momento”, pontua a filha Francielly, referindo-se a ele como mais do que um pai, um amigo. Alex, neto, lembra dos conselhos, aos quais jamais vai esquecer, salientando que irá repercuti-los às próximas gerações. O sepultando ocorre logo após às 16 horas, saindo o féretro da Casa da Saudade até o Cemitério Bom Jesus, onde será sepultado.