Embora a base da economia castanheirense seja hoje a pecuária de corte e de leite e essa forma de produção estivesse presente já nos primórdios do município em escala menor, outros ciclos marcam sua história.
Apesar do ciclo da madeira, no período que vai dos pioneiros até a emancipação do então distrito de Juína, em 1988, tenha sido o mais determinante para estabelecer as bases do município, com a vinda de centenas e quiçá milhares de trabalhadores outros modelos de produção já foram implementados.
Há quem lembre as primeiras plantações de café, muito antes da modalidade clonal ser inserida na agricultura familiar, já neste século, por iniciativa da ex prefeita Mabel. E o arroz, que contribuiu para o estabelecimento de várias máquinas de beneficiamento.
E se referências são importantes para a construção da memória, uma quase desconhecida da maioria foi reportada ao Castanheira News, em recente abordagem, por Juraci Miranda, agente fiscal do Indea.
Quando, na segunda metade da primeira década deste século ele ocupava a função de técnico extensionista na EMPAER, no quarto Assentamento, no Vale do Seringal, um produtor rural resolveu plantar soja. Teria sido, segundo ele, na safra 2007/2008.
Como algumas lutas são esquecidas, na busca de referências, dadas por Juraci, chegamos ao nome de Alcedir Pasqual, pai de Maquisuel e três filhas, com o qual fizemos contato, que confirmou uma cena comum, no passado, não imaginada pelas novas gerações.
Segundo ele, moravam num sítio do Quarto Assentamento, quando seu pai resolveu plantar uma área de soja. Ele não lembra a extensão da área plantada, mas o processo foi manual. "Os tocos foram retirados no enxadão e o plantio no arado de boi, com o uso da matraca, sendo uma para adubo e outra para semente", destaca ele.
Na agricultura o plantio de sementes graúdas como o milho, feijão e arroz pode ser facilmente feito por meio do uso deste instrumento, que é uma semeadora manual, formada por dois depósitos, sendo um usado para a colocação das sementes e outro onde se coloca o fertilizante.
Utilizando-se essa semeadora, um trabalhador bem treinado consegue, em um dia, fazer aproximadamente o plantio de meio hectare (0,5 ha) de milho ou um quarto de hectare (0,25 ha) de feijão ou de arroz, trabalhando oito horas por dia. Como existem poucas referências sobre seu uso no plantio de soja, não sabemos qual foi o resultado daquela produção. Mas, fica o registro para a história.
Utilizando-se essa semeadora, um trabalhador bem treinado consegue, em um dia, fazer aproximadamente o plantio de meio hectare (0,5 ha) de milho ou um quarto de hectare (0,25 ha) de feijão ou de arroz, trabalhando oito horas por dia. Como existem poucas referências sobre seu uso no plantio de soja, não sabemos qual foi o resultado daquela produção. Mas, fica o registro para a história.
Posteriormente seu Alcedir vendeu a propriedade desta referência para os anais e deixou a região. Atualmente a família mora Confresa.
Vivaldo S. Melo - Foto do Arquivo de Juraci Miranda