Obras de Esgoto: Chuvas trazem transtornos a moradores

RESUMO DA NOTÍCIA

Obra absolutamente fundamental para a qualidade de vida no município causa transtorno a moradores devido a estação chuvosa.
Quando no mês de abril o prefeito de Castanheira, Jackson de Oliveira Rios Júnior, o Juninho, anunciou o início de  uma das maiores obras de saneamento básico da história do município – o sistema de esgotamento sanitário da cidade – foi bastante claro: “teremos transtornos e precisamos contar com a compreensão da população”.

Nos últimos dias, com o aumento das chuvas na cidade, tem crescido as reclamações de moradores em relação ao andamento das obras, especialmente nas ruas dos Trabalhadores e Nossa Senhora Aparecida, na região que divide os Bairros Guadalupe e Santo Antônio, num cenário que inclui a quebra de calçadas e comprometimento das fossas ainda existentes.

O projeto em curso visa beneficiar 30% da cidade e inclui essa etapa considerada bruta, por ser necessário o corte do asfalto em toda o percurso da obra, a perfuração da terra e seu consequente acúmulo nas vias públicas e a preparação para a ligação de cada residência ao sistema. 

Trechos como grande extensão da Rua Padre Ezequiel Ramin foram contemplados no período de estiagem, sofrendo menos impacto, tendo a malha viária já recomposta.  "Entendemos que a obra é essencial e vai melhorar nossa qualidade de vida, mas entendemos também que o período de execução é complicado e precisamos de socorro", diz um morador da Rua Nossa Senhora Aparecida, que teve a casa inundada nesta segunda-feira, 15. 

A obra  em curso envolve recursos da ordem de R$ 958.921,58, oriundos da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e inclui em seu estágio final uma lagoa de tratamento, que já está pronta. Tem execução da empresa Poli Engenharia, de Juína, que enfrenta esses dois problemas: o impacto das águas da estação chuvosa e a “sofrência” dos moradores. 

A importância de saneamento

Segundo o Instituto Trata Brasil, em torno de 100 milhões de brasileiros não tem suas casas ligadas à rede de esgoto. Do total coletado no país, o percentual de tratamento não chega a 50%. 

Em Castanheira o atraso em relação ao benefício é de décadas, afetando de forma direta especialmente o setor de saúde, pois são inúmeras as doenças geradas pela falta de saneamento numa cidade. Para se ter uma ideia, em 2011 foram gastos cerca de R$ 140 milhões com internações por diarreia no Brasil, doença que afeta especialmente as crianças. 

Estima-se que 65% das internações em hospitais de crianças com menos de dez anos sejam devido a deficiência ou ausência de esgoto e água tratada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) admite que a cada um real investido em saneamento básico se economizaria quatro reais em saúde pública.

Juninho destaca que estava consciente dos transtornos e das eventuais críticas, mas observa que é um dos problemas crônicos do município que precisa ser enfrentado. Conclui lembrando que em breve tudo estará resolvido e que os benefícios da obra serão cada vez mais reconhecidos.