Luto: Castanheira se despede de mais um pioneiro

RESUMO DA NOTÍCIA

Aos 94 anos, morre "Augusto Pescador". Mais do que uma longa vida, deixa uma história de longas pescarias, caçadas, jornadas de trabalho e longa permanência na região, o que faz dele um pioneiro de Castanheira.
Poucos cidadãos eram encontrados onde seria Castanheira há 40 anos atrás. Entre eles, havia um paulista de Salto,  torcedor do Santos de Pelé, que deve ter ficado encantado com as muitas águas do lugar, pois tinha na pesca sua grande paixão. 

Um ano depois de chegar, voltou a Porto Feliz, hoje na região metropolitana de Sorocaba, também em São Paulo, para buscar a família que lá se encontrava. “Chegamos em 17 de agosto de 1982 e nunca mais saímos”, diz Ailton Arvani, nono filho de uma linhagem de onze. Foram décadas de trânsito permanente entre o Sítio e as duas referências de moradas na cidade, na Gilio Rezzieri, próximo a Igreja Cristã, e na Rua João Brasil, onde residiu até seus últimos dias. 

Carlos Agostinho Arvani, das indicações acima, referenciado como um dos pioneiros de Castanheira, faleceu nesta quinta-feira, 02, no Hospital São Lucas, em Juína, onde estava internado, na UTI, há oito dias, devido a complicações próprias da idade. 

Nascido em 30 de agosto de 1927, teve com sua eterna companheira,  Antônia Tesolin Arvani, 7 filhas (Neusa, já falecida, Nilce, Clarice, Claonice, Maria Aparecida, Lourdes e Marlene) e 4 filhos (Milton, Sérgio, Ailton e Edilson). Desses foram gerados 27 netos, 18 bisnetos e 01 tataraneto

Em Castanheira o filho de Octávio Arvani e Lydia Arvani, referências em muitas de suas histórias, do gosto pela pesca, muitas feitas com um de seus grandes amigos, já falecido, o Marico, ganhou o apelido de Augusto Pescador; da militância católica, as lembranças pelo envolvimento em muitas causas, como a construção do primeiro templo, de madeira, da Paróquia Santo Antônio e a presidência da Comunidade;  e do trabalho, além das lidas no campo, será lembrado por um açougue que manteve por muitos anos, na região central da cidade, próximo ao local onde hoje existe o Supermercado Pingo de Mel.  

Pelos anos vividos – foram 94 – e a vida que levou, não faltarão lembranças, entre familiares e amigos, ao longo da noite desta quinta-feira, na Casa da Saudade, onde o corpo de Carlos Agostinho está sendo velado. Além das histórias de um pescador, alguns certamente vão falar de coisas como suas incursões nas matas da região, acompanhado de cães, em caçadas memoráveis. E quando as 13 horas da sexta chegar, dando início ao cortejo rumo ao Cemitério Bom Jesus, ficará entre todos a certeza de que Castanheira perdeu uma referência.