Violência: mais um estudante brasileiro perde a vida na fronteira com Paraguai

Embora os brasileiros que vivem na fronteira do Paraguai com o Brasil, onde estão as cidades de Ponta Porã (MS-Brasil) e Pero Juan Caballero (Paraguai) costumem dizer que as balas dos inúmeros atentados ocorridos naquela região têm CPF, pois tem relação com a criminalidade, muitas vitimas inocentes perdem as vidas.

O capítulo que trata de mortes entre estudantes brasileiros que fazem medicina na região – onde existem dezenas de instituições – incluiu mais uma vítima, no final de semana. As razões, não se sabe. 

O estudante de medicina brasileiro Anderson Hugo Pereira Félix, 29 anos, foi morto na linha internacional entre as duas cidades. Natural da Paraíba, Anderson teria sido levado de um bar em Ponta Porã entre a noite de sábado e a madrugada de domingo.

O corpo foi encontrado em uma estrada de terra no lado paraguaio da fronteira. O rapaz estava com as calças abaixadas e com um ferimento na cabeça. Uma pedra grande também estava perto do corpo. A suspeita é que os criminosos tenham jogado a pedra na cabeça dele.

No braço da vítima havia uma pulseira de uma boate que fica em Ponta Porã. O corpo foi identificado por colegas da faculdade. Policiais dos dois países investigam o crime.

Anderson é o segundo estudante de medicina morto na fronteira nos últimos meses. Em agosto, Luiz Fernando Andrade França, 38, foi morto a tiros após briga em bar no centro de Ponta Porã. o empresário Wellington Machado Ojeda, 24, o “Cobrinha”, foi preso pelo crime.

Atração

A cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero tem mais de 10 mil estudantes brasileiros, inclusive muitos de Juína e Castanheira. Boa parte deles cursa medicina. Esse contingente é atraído pelas mensalidades mais acessíveis e menor dificuldade para entrar nos cursos, na comparação com universidades brasileira.

Com as muitas mortes na região, muitos estudantes temem pela segurança. Alguns têm adotado um modo de vida mais recluso. Outros lembram que o povo paraguaio, em geral, é ordeiro, mas que grande parte da violência é fomentada por brasileiros ligados ao crime, especialmente o narcotráfico. Os temíveis PCC e Comando Vermelho tem ramificações fortes naquela fronteira.
 
Vítimas matogrossenses

Em outubro de 2021, criminosos dispararam mais de 100 vezes em um atentado cujo alvo era Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto, suspeito de envolvimento com os criminosos, que saía de uma casa noturna.

Com ele morreram também Hayllee Carolina Acevedo Yunis, filha do governador do estado paraguaio de Amambay, e a brasileira Kalline Reinoso de Oliveira, além de Rhannya, todas estudantes de medicina, sendo uma paraguaia e as outras duas brasileiras, de Dourados (MS) e Cáceres (MT).