Sábado, 20 de fevereiro entra para a história como mais um dia triste para o município de Castanheira. Depois de luta intensa pela vida, com sequelas da Covid 19, faleceu em Cuiabá, onde estava internado, Salésio Roldão, 65, cinco dias após o falecimento de sua esposa, Cinesia de Jesus Câmara Roldão.
Por um desses mistérios da vida, sua morte, como da esposa, se dá num dia nublado, combinando com a tristeza dos cidadãos da pequena cidade do noroeste de Mato Grosso onde foi um dos pioneiros.
Catarinense de Laurumilla, pisou em terras do Mato Grosso em 1981, começando a identificar-se com sua cultura a partir de Cuiabá. Em 1982, contudo, já se deslocava para o então pequeno povoado, pertencente a Juína, que receberia tempo depois o nome de Castanheira.
Como na experiência de muitos, soube das oportunidades oferecidas pela Empresa Rezzieri Madeiras, entrando em suas fileiras. A partir daquele ano, o povoado conheceria um de seus mais aguerridos cidadãos, participativo em todos os processos que geraria o desenvolvimento que culminou com a criação do município, em 1988.
Homenageado pela Câmara Municipal em 6 de dezembro de 2010, com o título de Cidadão Castanheirense, por indicação do presidente da Casa, à época, Otaviano dos Anjos Ribeiro, foi referenciado como alguém que construiu a vida neste lugar.
Das muitas ações pelas quais será lembrado estão as lutas pela criação do Distrito e do Município de Castanheira e por seus avanços e conquistas desde então, deixando suas marcas na chegada do sinal de televisão, na construção de órgãos públicos e toda infraestrutura da cidade. De fé católica, sempre foi muito participativo nas atividades da Igreja, ao lado da esposa Cinesia.
As palavras dos familiares enlutados, na manhã deste sábado, 20, relacionadas a Salésio, refletem verdades que os castanheirenses compartilham nas redes sociais desde que sua saúde complicou-se: foi um grande pai e um grande avô. Os castanheirenses completam destacando-o como um de seus grandes cidadãos.
Nos últimos anos, no espírito do que sempre foi, Salésio dedicou-se a participar de vários processos que conferiram ao Laticínios Casterleite um lugar de destaque na economia de Mato Grosso, sendo responsável pela construção de muitas de suas estruturas. "Estou tão abalado que estou sem chão", diz o empresário Lenoir Maria, impactado com a morte do amigo de muitos anos. "Ele era um irmão, fazendo parte de nossa vida particular e de nossa indústria, por isto hoje perdi parte de mim", diz.
Além de uma multidão de amigos, dos quais sempre será lembrado com as melhores referências, deixa duas filhas – Elisângela e Sandra -, quatro netos e um bisneto a caminho, que crescerá ouvindo as melhores histórias do bisavô.