Quem transita por um dos lugares mais especiais de Castanheira, praticamente no centro da cidade, nas últimas semanas ou quem sabe meses, deve estranhar que o local, sempre bem cuidado, esteja um pouco diferente do que foi nos últimos tempos.
No chamado Vale Verde, onde a natureza premia o visitante com uma das mais belas árvores da espécie que dá nome ao município, um lago natural, grandes espaços sombreados pela vegetação circundante, um grupo de amigos resolveu, com o passar dos anos, assumir os cuidados de limpeza e desenvolver iniciativas de conciliar a relação da presença humana com o meio ambiente.
Nas redes sociais, várias imagens ilustram o carinho de alguns voluntários, principalmente Ilone Horn, pelo local. Casas de pássaros, um espaço na forma de um pequeno coreto, bancos de madeira embaixo das árvores, escada de acesso feita com pneus pela Rua Antônio de Castro, lixeiras, entre outros benefícios, foram inseridos. Até o muro de pedra, nos limites de um terreno de seu entorno, dá um toque de diferença no que se vê.
Paralelamente a esse avanço, que motivou até o desenvolvimento de projetos para tornar o Vale Verde uma referência turística de impacto, como o Trabalho de Final de Graduação (TFG) de Julia Ewellyn Gehring, do curso de Arquitetura da UNIC, campus de Primavera do Leste, a falta de apoio maior e de consciência de uma parte da população, tem promovido um recuo nas iniciativas voluntárias de preservação.
Os mesmos espaços que registram as belezas do local nas redes sociais, começaram a mostrar ações típicas de vandalismo, como a destruição de dezenas de plantas que foram inseridas ao ambiente natural e a pichação dos bancos de cimento e uma lixeira, colocada em ponto estratégico do Vale por esses voluntários.
Leitores ouvidos pelo Castanheira News destacam que já é tempo das autoridades olharem com mais atenção para o Vale Verde, pois existe um ponto de partida para um projeto maior do que aquele viabilizado, inicialmente, pelo Dr. Jorge Arcos, em seu tempo de gestão, e a disposição de somar esforços por um grupo que já veste a camisa por sua preservação.
Uma moradora de seu entorno, que prefere o anonimato, lembra que existem muitas promessas de se construir um espaço de lazer maior e definitivo na área. Destaca que a leitura de Júlia Ewellyn é um bom exemplo do que pode ser feito. “Mas, é preciso ação, a começar pelo resgate do que já foi feito no local e a tomada de medidas mais rígidas em relação a preservação”, conclui, lembrando, neste último caso, que já começaram até a tirar terra de uma área contígua, descaracterizando o ambiente.
Mas, há esperança. Afinal, apesar da insensibilidade de alguns, especialmente filhos malcriados, o Vale ainda continua verde. E os que amam seu entorno, como os voluntários de sua preservação, ainda mantém o sentimento. Mas, eles precisam ser ajudados.