Os Urutaus de Castanheira (MT) e Dourados (MS)

RESUMO DA NOTÍCIA

Um canto triste vai lembrar, doravante, uma presença alegre.
Todos os dias, da residência onde moramos, na Av. Gilio Rezzieri, no Bairro Santa Rita, em Castanheira, Mato Grosso, o canto de um Urutau ecoa, especialmente à noite, a partir de uma pequena reserva existente há pouco mais de 100 metros. 

Passando uns dias em Dourados, no Mato Grosso do Sul, terra natal, da sacada do apartamento onde reside meu irmão, jornalista Valfrido Silva, tenho me surpreendido com o mesmo canto. 

Dourados é uma cidade muito arborizada, com algumas árvores centenárias ainda em pé, e concentra um número razoável desta ave de hábitos noturnos, que se utiliza de sua plumagem para se camuflar, podendo ser confundido com um pedaço de madeira.

Gosto das referências de seu entorno, como ser tido como nobre, simbolizar força e pela forma como se protege dos perigos e dos predadores. Por seu canto, suscita várias lendas, uma delas que ascende de uma mulher, que perdeu o seu amor. Daí o canto triste, para alguns soando como um “foi... foi... foi”.

No plano pessoal, doravante, contudo, me lembrará, sempre, a filha Bia, que estamos deixando para trilhar os primeiros passos no caminho da medicina veterinária. Como o Urutau de Castanheira canta quase 24 horas por dia, vai ser difícil esquecer a presença desta menina que Deus nos presentou há 18 anos e começa, como o Urutau, dar seu próprio voo em relação ao futuro. 

Vivaldo S. Melo