Uma doença antiga, que continua sendo um importante problema de saúde pública no país. A Tuberculose, lembrada nesta sexta feira como um dia de conscientização, é um dos parâmetros que dá visibilidade a desigualdade social no país.
Este dia de alerta sobre sua prevenção, sintomas e tratamento, é referenciado por dados que preocupam: no mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por uma morte a cada 21 segundos, o que equivale a mais de um milhão de óbitos anuais.
No Brasil, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose, anualmente.
Trata-se de uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. É causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (em homenagem ao Dr. Robert Koch, descobridor da causa da doença).
Transmissão:
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa – ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo, contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorecem o estabelecimento da doença.
Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pulmonar e/ou laríngea, ativa, sem tratamento, e que esteja eliminando aerossóis com bacilos, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.
Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida. Assim, alguns grupos populacionais podem apresentar situações de maior vulnerabilidade:
– Indígenas: 3 x mais risco de adoecer pela doença;
– Pessoas privadas de liberdade: 26 x mais risco de adoecer pela doença;
– Pessoas que vivem com HIV/aids: 21 x mais risco de adoecer pela doença;
– Pessoas em situação de rua: 56 x mais risco de adoecer pela doença;
– Pessoas privadas de liberdade: 26 x mais risco de adoecer pela doença;
– Pessoas que vivem com HIV/aids: 21 x mais risco de adoecer pela doença;
– Pessoas em situação de rua: 56 x mais risco de adoecer pela doença;
Sintomas:
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns meses (ou anos). Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são:
– tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue;
– cansaço excessivo;
– febre baixa, geralmente, à tarde;
– sudorese noturna;
– falta de apetite;
– palidez;
– emagrecimento acentuado;
– rouquidão;
– fraqueza;
– prostração.
– cansaço excessivo;
– febre baixa, geralmente, à tarde;
– sudorese noturna;
– falta de apetite;
– palidez;
– emagrecimento acentuado;
– rouquidão;
– fraqueza;
– prostração.
Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue; colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) – se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.
Tratamento:
O tratamento da tuberculose é à base de antibióticos, dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Logo nas primeiras semanas de terapia, o paciente já se sente melhor e tende a interromper ou alterar a tomada dos remédios, o que pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose resistente aos medicamentos, daí a importância de que os pacientes sejam orientadas, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento (duração e esquema do tratamento, recomendações sobre a utilização dos medicamentos, eventos adversos).
Com o início da terapia, a transmissibilidade tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento supervisionado, uma estratégia importante no controle da doença, disponível em todo o Brasil pelo Sistema Único de Saúde.
Nessa modalidade, chamada Tratamento Diretamente Observado (TDO), um profissional de saúde acompanha o uso dos medicamentos pelo doente nas unidades de saúde ou mesmo na sua residência, evitando assim o abandono. Isso garante o consumo do remédio durante todo o período necessário para a cura da doença.
O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana, ou excepcionalmente, três vezes na semana. O local e o horário são acordados entre o paciente e o serviço de saúde.
Ainda como forma de garantir que não haja abandono do tratamento, são oferecidos alguns benefícios ao paciente em TDO, como vale transporte, cesta básica e lanche durante a permanência na unidade de saúde.
Prevenção:
A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no SUS, protege a criança das formas mais graves da doença e está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades.
Essa vacina deve ser ministrada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.
Ainda como medida preventiva, é necessário avaliar familiares e outros contatos do paciente para que não desenvolvam a forma ativa da tuberculose.
Fontes: