Se uma pesquisa escolar – as aulas recomeçam nesta segunda feira – desafiar a nova geração do alunado castanheirense a responder “quem tocava as festas antes da Cigarrinha”, terá, obrigatoriamente, um capítulo sobre Neri Nava, gaúcho nascido em 23 de junho de 1959, que chegou no município em 1986, dois antes de sua emancipação, embalado pelas notícias do progresso no noroeste de Mato Grosso.
O alegre sonoplasta – aquele que se encarrega dos efeitos especiais e fundos sonoros, edita áudios, músicas vinhetas, comerciais dentre outros -, de momentos inesquecíveis da cultura local, daquele tempo que as pessoas costumam dizer que “eram felizes e não sabiam”, companheiro de Salete Turatto Nava, encerrou suas lidas por essas plagas, como poeticamente dizem seus conterrâneos, neste domingo, 05, na UPA de Juína, depois de sofrer um AVC.
Desde 1992 residindo no município vizinho, deixa um naco de saudade nos dois municípios e um exemplo para os gaudérios de ambos, no rincão que adotou por seu, pela determinação em criar e participar de movimentos festivos, especialmente nas muitas comunidades, que tiveram um ciclo de muito trânsito no passado.
No seio da família, especialmente entre os filhos Sideli Nava, Nedivan Nava e Nilmar Nava, deixa um vazio ainda maior. Era um bagual, gente boa barbaridade. Joana Karolyna Nava Basso, contada entre os sete netos (os outros são Joana, Henzzo, Naiana, Luiz, Kaio e Talita) destaca que “era um avô incrível, um homem humilde, brincalhão, que marcou a vida das pessoas, deixando saudade eterna”.
Doravante, nos tempos de minuano, quando o chimarrão ganha mais gosto, quando as canções que embalavam as festas dos anos 80 e 90 ecoarem em algum lugar, quando algo da querência estiver em destaque ou quando o Grêmio, clube do coração, der um vareio no Inter, difícil os amigos não se lembrarem dos seus arriados nos arreganhos do dia a dia, especialmente em sua referência predileta de ajuntamentos: o Sítio.
Como destaca um conterrâneo das plagas do sul, alguém tão querido, não deveria passar em cima do laço entre os viventes, mas despacito, para um desfrute ainda maior de suas virtudes. Seu corpo está sendo velado na AME, em Juína, e deve ser sepultado por volta das 09h30 desta segunda feira, 06, no Cemitério Municipal. Que fiquem as melhores lembranças de “Neri do Som”, como era conhecido esse querido guasca. Os que festaram sob seu som, em Castanheira e Juína, lhe rendem homenagens!
Significado das palavras em gauchês pela ordem no texto:
Mas, bah thcê! - Expressão de espanto!
Um Naco - Um pedaço
Bagual - O cara!
Minuano - Ventos de Inverno
Vareio - Show de bola
Arriados - Deboches
Arreganhos - Momentos de Brincadeira
Em cima do laço - De forma apressada
Despacito - Devagar
Guasca - Sinônimo de gaúcho
Significado das palavras em gauchês pela ordem no texto:
Mas, bah thcê! - Expressão de espanto!
Um Naco - Um pedaço
Bagual - O cara!
Minuano - Ventos de Inverno
Vareio - Show de bola
Arriados - Deboches
Arreganhos - Momentos de Brincadeira
Em cima do laço - De forma apressada
Despacito - Devagar
Guasca - Sinônimo de gaúcho