Vivaldo S. Melo
No livro “Homens com uma mensagem”, o renomado autor, teólogo e pastor John Stott trata do sofrimento humano sob a ótica do que escreve alguns autores bíblicos conhecidos, como Tiago, Pedro, João e Paulo, em suas epístolas. Em dias de proliferação de novas teologias, muitas forjadas para tornar o evangelho mais “palatável” ou mais atraente, como no caso do viés da prosperidade, a observação do próprio Cristo, maior paradigma da fé cristã, de que “no mundo” seus seguidores passariam por aflições, está longe de muitos pensares que atraem multidões. Nada, contudo, fora da perspectiva da própria Bíblia, que já alertou para o perigo de “um outro evangelho” atrair multidões e enganar inclusive os eleitos, expressão usada para denominar gente honesta quanto a sua fé.
No livro “Homens com uma mensagem”, o renomado autor, teólogo e pastor John Stott trata do sofrimento humano sob a ótica do que escreve alguns autores bíblicos conhecidos, como Tiago, Pedro, João e Paulo, em suas epístolas. Em dias de proliferação de novas teologias, muitas forjadas para tornar o evangelho mais “palatável” ou mais atraente, como no caso do viés da prosperidade, a observação do próprio Cristo, maior paradigma da fé cristã, de que “no mundo” seus seguidores passariam por aflições, está longe de muitos pensares que atraem multidões. Nada, contudo, fora da perspectiva da própria Bíblia, que já alertou para o perigo de “um outro evangelho” atrair multidões e enganar inclusive os eleitos, expressão usada para denominar gente honesta quanto a sua fé.
É importante, contudo, que os sofrimentos, especialmente nesses dias de COVID 19, não tirem a paz que todo cristão deve ter, não como um elemento externo, mas como uma estrutura interior capaz de suportar as aflições, vendo-as sob outra ótica. Como referências são importantes, como não lembrar de Pedro destacando que nenhum cristão deve estranhar o sofrimento, como se fosse algo extraordinário. Ainda ele, em I Pedro 2.21, destaca que o verdadeiro cristão, por causa de sua identidade com Cristo, sofre à sua semelhança. De Pedro para Paulo. Este, em 2 Timóteo 3.12 observa que “todos quanto querem viver piedosamente em Jesus, sofrerão”.
Do ponto de vista bíblico, o cristão sofre por várias razões. Primeiro, porque tem uma natureza pecaminosa, como todo homem. Segundo, por causa de sua identificação com Cristo, pois os valores de sua fé entram em choque com os valores do mundo alienado de Deus. Terceiro, por causa da desobediência. Um cristão verdadeiro não é filho perfeito. Tende a desobedecer a Deus. E uma das maneiras de Deus corrigi-lo, é pela via do sofrimento. Finalmente, sofre por causa do plano de Deus. O sofrimento faz parte do plano de Deus para os seus filhos, na medida, entre outras coisas, que aproxima-os de Deus, refina o caráter e dá-lhes a capacidade de poder ajudar os outros, pelo que aprende.
Na análise de Stott, Cristo fornece o padrão perfeito de como enfrentar o sofrimento. Por isto temos, em primeiro lugar, que considerar as suas aflições. Não existe fonte para buscarmos orientações sobre “como se comportar” na hora da dor do que Jesus Cristo. Aos que creem é dada a graça de padecer por Cristo, especialmente quando vemos determinados cenários que nos cercam, marcados pela injustiça, pela mentira, pela ganância, etc. No sofrimento obtemos o consolo de Cristo. O segmento de I Pedro 2, a partir do versículo 21, mostra algumas áreas do viver cristão que resulta em sofrimento: a vida irrepreensível (22), a capacidade de evitar a vingança (23), a capacidade de praticar o bem (20). Em tudo isto, é possível que um cristão fiel sofra.
É preciso também, em segundo lugar, que consideremos o poder de Cristo no sofrimento. Sendo o infinito Deus-Homem, Jesus recebeu poder para suportar infinitos sofrimentos em nosso favor. Este mesmo poder é disponibilizado aos que o seguem. Uma lição que ao longo do tempo se aprende é que Deus não promete aos seus uma vida sem aflições. Mas, ele disponibiliza o seu poder para suportá-las. Ele não é masoquista, tendo prazer no sofrimento. Mas, nele, trabalha propósitos maiores, como a maturidade espiritual. Sempre saímos mais fortes depois dos embates. Como se receber esse poder? Conhecendo-o, obviamente, orando e caminhando com outros que comungam a mesma fé, ou seja, levando a sério a comunhão vertical e horizontal.
Em terceiro lugar, nas horas de aflição, dor, sofrimento, devemos considerar a presença de Cristo. No texto de Mateus 28 o escritor bíblico destaca que Ele “estará com os seus” todos os dias, até a consumação dos séculos. É preciso crer que Ele não se ausenta, mas se apresenta. Mesmo que a sensação de ausência se apresente, mesmo assim Ele está. Pensando nisto, no evangelho de João temos o seguinte registro: “o que eu faço não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois!”.
Concluindo, alguém já disse que “as aflições pavimentam o caminho para a glória!”. Ter um relacionamento dinâmico e permanente com Cristo é fundamental para a superação do sofrimento, afinal Ele caminha ao lado dos seus, para livrar, confortar, etc., e entende do assunto mais do que ninguém, afinal sofreu até a morte, e morte de cruz! Não esqueçamos o fim de Seu sofrimento foi a eterna glória, não apenas para Si, mas também para os seus. Qualquer reflexão honesta e coerente sobre a eternidade, produz submissão, paciência e perseverança na hora das duras provas.