O presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Itamar Canossa, que também é presidente do Fórum Agro MT, se reuniu com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em busca de soluções para o aumento de custo de produção dos suínos, que está provocando prejuízos aos criadores de todo o Brasil.
Além dos aumentos ocorridos nos últimos meses, os suinocultores contam agora com um ponto de atenção a mais: a guerra na Ucrânia, que pode elevar os custos de aquisição de milho e soja, em razão do aumento de fertilizantes, além da maior pressão internacional pelos produtos do agro brasileiro. Com isso, a tendência é que aumente também o preço da ração suína.
“O principal problema que afeta o setor e grande vilão é, mais uma vez, o custo de produção. O milho e o farelo de soja, dois dos principais componentes da ração fornecida aos animais, encareceram muito nos últimos meses e para piorar, o preço pago ao suinocultor por quilo do animal vivo estava muito aquém do valor ideal”, aponta Itamar.
O presidente da entidade lembra que os produtores de suínos enfrentam crises sazonais e, por isso, já estão calejados. Entretanto, o aumento do custo de produção nos últimos meses tem deixado eles com ‘a água no pescoço’, tornando a produção cada vez mais inviável. Segundo a Acrismat, os criadores de Mato Grosso chegam a registrar prejuízo de até R$ 300 por suíno vendido.
Isto significa dizer que os produtores estão “pagando para trabalhar”, já que o valor final do suíno não chega a bancar nem mesmo os custos de produção.
“No Paraná, um dos maiores produtores do país, a situação não é diferente. O custo de produção para um suíno de 100 kg é de R$ 780, mas a venda está na faixa dos R$ 400, um prejuízo de R$ 380”, arremata.
Os produtores pedem a prorrogação de prazos de pagamentos de operações financeiras, assim como a reativação de uma linha de crédito direcionada para a retenção de matrizes. Assim, os produtores poderiam reter as fêmeas, provocando uma redução do produto no mercado e uma reação positiva de preços, além de impedir uma redução de animais no futuro.
“Com a água no pescoço e trabalhando no vermelho há alguns meses, grande parte dos produtores não conseguiu honrar seus compromissos”, afirma Itamar.
Em âmbito estadual, a Acrismat pediu que o governo do Estado inclua novas finalidades no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder) e a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A associação ainda não conseguiu um retorno por parte do governo em relação a essas demandas.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço pago aos produtores varia de R$ 5,28 a R$ 6,07 por quilo. Conforme já noticiado pelo Estadão Mato Grosso, o pleito dos suinocultores é a redução da alíquota de 2% para 1,02% nas operações internas e de 1,2% para 0,6% nas operações interestaduais.
O Estadão - Agro
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