O sábado vivido neste 25 de maio de 2024 é o primeiro de vários outros, que se seguirão, nos próximos anos e décadas, sem Maria Ferreira Campos, 72, sepultada no final da tarde da sexta, no Cemitério Bom Jesus, em Castanheira. Ela faleceu em Tangará da Serra, onde fazia tratamento de saúde.
Para os oito filhos deixados por ela, a terra onde chegou em 1984, quando ainda era distrito de Juína, foi o lugar onde celebraram, por mais tempo, a vida que juntos desfrutaram. Daí, o revisitar fotos, cartas e outros objetos vai conectá-los, doravante, a lugares vários da terra dos castanheiros.
Como muitos nordestinos, Dona Maria, nascida em Pirambu, Sergipe, município originalmente de pesca, passou por vários lugares, inclusive no sul do país, até chegar em Castanheira, na década primeira de sua história. Viveu os primeiros tempos na Fazenda Vitória Régia, de Jorge Basílio, onde o esposo, Manoel Farias da Silva, trabalhou nas lidas com o gado.
Quase toda sua vivência em Castanheira, contudo, se deu na cidade, no Bairro Santo Antônio. Ali fazia suas coisas mais comuns, uma delas ser a segunda mãe dos netos, aos quais costumava singularizar a relação pelos gostares.
Jeicykelly Ferreira Lima, por exemplo, residente em Juína, era a neta do “Miojo”. A todos nunca faltava um abraço, um chamego. Daí, o “te amarei para sempre” ter sido a frase mais comum, na Casa da Saudade, no tempo de despedida.
“Passou por essa vida com uma história de dedicação aos filhos, educando-os bem”, diz Josilene Farias da Silva, uma das filhas, residente no Bairro Santa Rita.
Se é certo que a dor da saudade, com o tempo, diminui, é certo, também, que o amor continuará a conviver com todos, moldando o que são e como veem o mundo com base nas sementes que ela plantou e transformando a dor da perda em um tributo duradouro.
Além dos 8 filhos e o esposo, vivos, deixa 19 netos e 15 bisnetos.