Depois de 34 dias de internação em UTI, com complicações geradas pela COVID 19, faleceu na manhã desta segunda-feira, 22, na Santa Casa, em Cuiabá, Henrique Pereira Sobrinho.
Nascido em Itarantim, Bahia, em 10/07/1943, Henrique é um entre os 11 filhos da primeira geração do Patriarca Vargens, Manuel Pereira Vargens, e Geni Tigre Vargens. É contado entre os pioneiros de Castanheira, onde chegou no ano de 1985, ancorado no projeto do pai de resignificar a história de um segmento familiar no noroeste de Mato Grosso, depois de capítulos em Montanha, no Espírito Santo, onde viveu parte da infância, adolescência e mocidade, e na região de Tangará da Serra, onde residiu por cerca de 6 anos.
Nas conversas entre amigos e familiares no início da tarde, enquanto iniciam uma longa espera pela chegada do corpo, o sentimento já é de saudade.
Lembranças não faltam para ilustrar sua história. Herdou do pai o jeito falante e alegre, com gosto especial por fazer brincadeiras de um jeito aparentemente sério. “Na última vez que estivemos juntos, no Sítio Além do Horizonte, puxava de forma matreira os shorts dos meninos”, lembra, sorrindo, a amiga Maria Pereira.
O apelido mais comum entre os amigos, Tiricão, surgiu da forma diminutiva de outro, conforme lembra Mayara Vargens. “Era Rico, aí juntamos o Tio Henrique, mais o Tirico, chegando ao Tiricão”, diz, sob o olhar atento e emocionado do esposo/sobrinho André, talvez seu mais constante parceiro nas lidas do campo.
Depois da morte do Pai, que comprou em Castanheira a terra da Fazenda Nova Esperança, em 1985, no ano seguinte adquiriu sua primeira propriedade, a qual nominou Fazenda Preciosa. Ali, com a esposa Sonia Brito e a filha Nicoli, Secretária de Agricultura do município, fortaleceu a tradição familiar de atuar no ramo do agronegócio.
Cristão praticante, ligado à Igreja Presbiteriana de Castanheira, também herdou do pai o hábito de contar histórias. Sempre tinha uma, na ponta da língua, para compartilhar. Representa um legado de honestidade, trabalho e amor pela terra que o recebeu de braços abertos. Além de Nicoli deixa a filha Mônica, duas netas, irmãos e uma legião de sobrinhos no seio das famílias Vargens, Tigre e Brito.
Segundo familiares o corpo será trazido para Castanheira e sepultado no Cemitério Bom Jesus. Com a impossibilidade de um velório, receberá o adeus de amigos e familiares numa carreata, cujos detalhes ainda não foram definidos.