Castanheira: a noite em que tristeza e alegria se juntaram

RESUMO DA NOTÍCIA

A Bíblia diz que devemos "nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram". Na noite de 13 de dezembro de 2021, na Câmara Municipal de Castanheira, os dois sentimentos se misturaram.
No apagar das luzes do trabalho legislativo, em 2021, na noite de 13 de dezembro, um evento entrou para a história do município por uma singularidade: a sessão foi marcada por alegria e tristeza intensas. 
 
Na agenda da Câmara Municipal, feita com antecedência, seria uma noite apenas de alegria, afinal duas servidoras do município, naquele ano, tinham alcançado uma vitória sempre almejada pelos que fazem do trabalho um sacerdócio: a aposentadoria. Receberiam, a priori, Moção de Congratulações. 
 
Luciana Marques Silva e Shirley Aparecida Cella de Andrade construíram parte de suas histórias na educação do município, uma atuando na área administrativa, outra em sala de aula. A primeira, contudo, aposentada em agosto, não chegou a usufruir três meses de seu novo estado, pois faleceu no dia 11 de agosto.
 
As duas histórias
 
Nascida em Vitória da Conquista, Bahia, em 1º de junho de 1970, filha de Gilberto da Silva e Zaurita Marques Silva, ainda cedo veio para Castanheira, entrando para o rol de ex alunos da Escola Maria Quitéria e construindo uma história referenciada por muito amor e dedicação ao que fazia. Como muitos castanheirenses, trabalhou inicialmente na Madeireira Rezzieri. Até que optou pela educação, sendo admitida como técnica administrativa educacional em 28 de dezembro de 1990.
 
Luciana vai ser lembrada por muitas coisas. Mas, se é possível referenciar algo, será a sua presença, ao longo de décadas, como Secretária da Escola Municipal Castanheira
 
Formada em Administração Escolar, com ênfase em gestão, desempenhou as mesmas funções no departamento da Secretaria Municipal de Educação relacionado as Escolas Rurais e na Escola Presbiteriana de Castanheira, ligada a Igreja da qual era membro atuante. Deixou uma filha, Maria Luisa, a Marilu, como carinhosamente chamava. 
 
Shirley Aparecida Cella de Andrade, chegou a Castanheira a partir de um convite. Natural de Altônia, no Paraná, filha de Deoclésio Ângelo Cella e Nadir Lurdes Lupis Cella, concluiu o Magistério em 1990 e neste mesmo ano foi convidada por Maria Odete, sua prima, primeira Secretária de Educação do município, criado em 1988, para fazer parte do quadro da educação. Começava ali uma jornada de 30 anos.
 
Em Castanheira, outros capítulos importantes de sua história foram construídos. Em 1992 se casou com Agnaldo Rodrigues Andrade. Deste relacionamento, nasceram os filhos Tiago e Fernanda. Neste tempo, também, formou-se em Pedagogia e graduou-se em Gestão da Educação Pública. 
 
Autor das duas proposições, uma transformada em Moção de Pesar, o vereador Lourival Alves da Rocha destaca a saudade deixada pelas duas profissionais e o exemplo de perseverança, pois começaram a vivenciar suas práticas em tempos difíceis, marcados por limites extremos, quando só os abnegados seguiam em frente.
 
Fazendo eco ao autor da matéria, os demais edis destacam que elas fizeram jus a aposentadoria e ao reconhecimento público. No caso de Luciana, resta o consolo de uma citação de Leonardo Da Vinci: “Que o teu trabalho seja perfeito para que, depois da morte, ele permaneça!”.

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