Um mesmo copo compartilhado com pessoa que não sabia estar infectada, talvez seja a explicação para o contágio de Rafaela Aparecida Servino, 28, com o coronavírus. Dias depois, começava em seu cotidiano uma série de desconfortos: forte dor de barriga, tosse, cansaço diante de qualquer esforço, dores na cabeça, braços e pernas, alterações cardíaca e na pressão arterial.
Nesta sexta-feira, 05, Rafaela vive o 13º dia após constatado o contágio, através de exame. Destaca que “não é uma doença fácil” e ilustra o conceito lembrando que só de dobrar uma roupa, em casa, já se sente cansada. “Este vírus judia muito da gente, mas... “. O advérbio em sua experiência com a pandemia é um divisor entre o bem e o mal.
Se o mal da doença tem lhe trazido complicações físicas, que espera superar em breve, o bem que a solidariedade de familiares e amigos tem lhe trazido não tem preço. Começa pela irmã, Renata, que todos os dias, observando os cuidados recomendados em protocolo, leva comida, sempre demonstrando preocupação ao indagar “e aí, como você está?”. Nas redes sociais as manifestações de carinho não param, o que lhe fez registrar um print de cada amigo ou familiar envolvido (confira fotos).
Destas interações, Rafaela absorveu um conceito: “Se o vírus maltrata, o amor das pessoas tem um efeito maravilhoso”. Religiosa, a filha caçula da aguerrida Lurdinha Doceira e de João Servino, irmã de Renata e Rodrigo, “rapa do tacho” como alguns costumam dizer, coloca como elemento importante no processo de cura, além dos citados e do cuidado da equipe da Saúde Municipal, a presença de Deus em sua vida. “Sinto-o bem próximo de mim”, diz.
Numa realidade em que muitos preferem se manter no anonimato, Rafaela fez questão de gravar um vídeo, que tem repercutido nas redes sociais. “Meu desejo é ajudar, alertando as pessoas para o perigo deste vírus”, destaca em sua mensagem. Lembra que mesmo tomando todos os cuidados, como uso de máscara, lavar constantemente as mãos, fazer uso do alcool em gel, manter distanciamento, foi infectada. Bastou usar um mesmo copo de água utilizado por um familiar.
Além dos reflexos na saúde física, lembra que o isolamento é outro fator terrível, compartilhado por todos que são positivados. "Me sinto como um passarinho, preso numa gaiola", diz de uma realidade que inviabiliza os contatos diários. Em Castanheira, até o momento foram 227 pessoas, quatro das quais perderam a vida. Rafaela acredita em sua breve recuperação, deixando para trás uma experiência que não esquecerá.
Além dos reflexos na saúde física, lembra que o isolamento é outro fator terrível, compartilhado por todos que são positivados. "Me sinto como um passarinho, preso numa gaiola", diz de uma realidade que inviabiliza os contatos diários. Em Castanheira, até o momento foram 227 pessoas, quatro das quais perderam a vida. Rafaela acredita em sua breve recuperação, deixando para trás uma experiência que não esquecerá.