“Sofremos demais!”. Um capítulo da história das cantoras e compositoras Simone e Simaria vivenciado em Juína, no noroeste de Mato Grosso, pode ser definido por essa frase. No último domingo, 29, no programa do Faustão, na Rede Globo, no quadro "Arquivo Confidencial", mais uma vez a morte do pai, no Garimpo do Arroz, foi citada como parte de um tempo que elas não conseguem esquecer. As duas até hoje estão empenhadas em fazer com os restos mortais sejam levados para a terra natal, em Uibaí, Bahia.
De grande visibilidade nas redes sociais, Simone e Simaria costumam lembrar do amor que tinham pelo pai. “A gente era louca por ele. Ele era um cara incrível”, declaram, quando recordam sua luta em realizar o sonho nordestino, de achar uma pedra “que iria mudar a vida de todos e salvar a família”.
Se Juína traz à memória um tempo triste, de limites financeiros extremos, da pequena casa de madeira, cheia de frestas, no entorno do Garimpo, da mãe lavando roupa dentro do rio e da morte do pai, representa também o início da carreira uma musical. Foi no município, cantando na “escolinha”, onde estudaram o antigo primário, que o gosto pela música começou a ganhar forma, especialmente com Simara. “Simone era mais preguiçosa”, lembraram os orgulhosos avós, ao detalharem todo o roteiro do caminho ao sucesso. “Todos ficavam encantados com suas vozes, principalmente quando interpretavam o ‘Sonho por Sonho’”, destacaram, referindo-se ao hit de Leandro e Leonardo, na época os grandes nomes no cenário sertanejo.