Diz uma velha tradição, que quando alguém que desejava viver mais dias na terra falece, chove. Coincidência ou não, essa conexão tem sido percebida por alguns nestes tempos de tantos óbitos por Covid. A chuva do final de tarde em Castanheira confirmou a crença.
Por volta das 16h30 deste domingo, 28, Patricia Cardini, 34, não conseguiu vencer a luta contra a pandemia que tem produzido luto como nunca nas últimas décadas da história da humanidade. “Seriam chuvas de lágrimas?” questionou, num texto recente, um poeta popular.
Patrícia era casada com Adevair Cardini e tinha uma filha, Kalita Cardini, de 15 anos. Evangélica, da Igreja Assembléia de Deus Madureira, acreditava na realidade da vida eterna destinada aos que creram em Jesus Cristo como Salvador e viveram seu evangelho na realidade do aqui e do agora.
Entre os lamentos de amigos e familiares, o sobrinho Nalison Cardini de Paulo destacou um sentimento comum em meio a tantas perdas: “Não é fácil perder quem amamos, fica um vazio”. Lembrando a fé de Patrícia e suas próprias convicções em relação ao por vir, concluiu: “Não estamos dando adeus, mas um até breve!”.
O corpo de Patrícia foi sepultado às 17h30 no Cemitério Bom Jesus, fazendo lembrar outra cena incorporada ao chamado “novo normal”, que é a falta de tempo e condições para as despedidas, só restando as lembranças para os que ficam.