Embora alguns lembrem de Nélida Sapiaginski como “a irmã do Lorão e do Senildo”, a história de Castanheira há de reverenciá-la como uma mulher de fibra, guerreira e que nos seus primórdios, no tempo de Serrarias, ao lado do esposo, Valdemar Sapiaginski, representou a força de seu gênero na construção de um novo lugar pra se morar e ser feliz.
Às 15 horas deste sábado, 03, na UTI do Hospital São Lucas, seus dias entre amigos e familiares, incluindo os dois filhos, Márcia e Márcio, hoje residindo em Campos de Júlio e Comodoro, cinco netos e um bisneto, terminaram.
Como tantos outros e, no final todos nós, com sua morte tem início um ciclo de saudade, em que as sementes plantadas trarão à memória especialmente o tempo dos pioneiros.
Nélida herdou de seus ascendentes, os imigrantes poloneses, que se fixaram inicialmente no Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre 1869 e 1889, a busca por melhores condições de vida. Ouvindo as notícias correntes de um projeto de povoamento na Amazônia mato-grossense, veio para a região com o esposo e outros familiares no início dos anos 80 do século passado, se estabelecendo inicialmente em Juína.
Em Castanheira, desde 1984, foi do lar na chegada, quando o provedor do lar iniciou jornada de trabalho na Madeireira Rezzieri, na função de eletrotécnico. Num segundo momento, foi decisiva na criação de um empreendimento familiar, a Eletropel. Por muito tempo, em torno desta empresa, desempenhou um papel relevante.
Como é do instinto feminino, paralelamente revelou-se uma guerreira quando o assunto era família. "Tinha como lema uma frase que nunca será esquecida: os teus problemas são os meus problemas!", lembra a sobrinha Franciele Pimentel.
Emocionado, ao perceber que Nélida não estará mais ao seu lado, Seo Valdemar observa que foram 50 anos de parceria, um exemplo para as novas gerações, em tempos de relacionamentos tão instáveis.
Desde o início da noite deste sábado, 03, seu corpo está sendo velado na Casa da Saudade, nos altos da cidade, nos limites do Bairro Noga. Entre as lembranças dos amigos e familiares, o fato de participar ativamente dos processos que geraram algumas construções na cidade, em seu início. Duas residências de madeira, na Av. Gilio Rezzieri, nas proximidades do Bradesco, por exemplo, ainda lembram o fazer dos Sapiaginski’s, com sua ativa participação.
Segundo familiares, seu sepultamento deve ocorrer por volta das 14 horas deste domingo, 04, com cortejo saindo da Casa da Saudade na direção do Cemitério Bom Jesus.