O recente pleito eleitoral e após ele a composição das equipes de governo nos municípios da região noroeste de Mato Grosso comprovou uma realidade histórica: a força da mulher em Castanheira.
Embora seja um município novo, criado em 04 de julho de 1988, Castanheira já teve entre seus prefeitos duas mulheres, as duas em duas gestões – Zilda Stangherlin e Mabel Almici – e uma conseguindo a primeira reeleição: Mabel.
Na Câmara Municipal, na gestão anterior, dos nove vereadores quatro eram mulheres: Amaziles Eleto, Merciane Dias, Lurdinha e Simone Schefell. E se nas eleições do último 15 de novembro a representatividade caiu para três – Mariza A. Jardini, Marli Dias e Merciane – mesmo assim o município tem a maior representatividade na região noroeste.
Segundo os resultados, Juína, numa Casa de 13 vereadores, tem apenas uma mulher; Cotriguaçu e Rondolândia, duas entre 9 vereadores; Aripuanã, duas entre 11 onze vereadores; Colniza, uma entre 11 e Juruena uma entre 9.
Quando o assunto é Secretariado, Castanheira continua em destaque, contrariando a lógica predominante de que as mulheres tem dificuldades de ocupar cargos de poder. Das sete Secretarias do município, cinco são ocupadas por mulheres: Administração, Sonia Pereira; Saúde, Ivânia Tigre; Educação, Rosenir Monteiro Melo; Assistência Social, Claudinéia Hubner e Agricultura, Nicoli Pereira.
Um dos cargos mais importantes da gestão municipal, a Assessoria Jurídica, em Castanheira é ocupado por outra mulher: Bianca Bergamin Mandadori. A principal Escola da Rede Municipal tem na direção a professora Nilma Ferreira da Silva Moreira.
Para se ter uma ideia, Juína, o município polo da região, além de ter apenas uma mulher na Câmara de Vereadores, não tem nenhuma representante no quadro de Secretários do prefeito Paulo Veronesi. A presença feminina, neste caso, aparece apenas em cargos de segundo escalão: Departamento de Cultura, Previ Juína e Procon.
Por essas e outras, não estaria certo Erasmo Carlos, em sua poesia, ao confrontar o conceito de sexo frágil, emitido, entre outros, por Shakespeare? Pelo menos em Castanheira o popular supera o clássico, afinal ninguém contesta que em sua história “a força está com elas” e no máximo podemos acrescentar um “também”.