O desabafo de um motorista de Cotriguaçu, direcionado ao governador Mauro Mendes, usando expressões como “isto é uma vergonha” ou a narrativa de outro companheiro, de Juína, ilustrada com imagens já comuns nas últimas décadas entre os usuários das vias mais amazônicas de Mato Grosso, a partir de Castanheira, estão entre os destaques das redes sociais da semana que passou na região noroeste.
Nas diversas narrativas, que tem dado visibilidade a região, nacionalmente, muita confusão sobre a denominação dos trechos, especialmente o que liga Castanheira a Juruena. BR 170? BR 174? MT 170? MT 418? Independente das referências desencontradas, em comum existe o drama, anual, dos que deslocam-se para Juruena, Cotriguaçu, Aripuanã, Colniza e até referencias mais distantes, além desses municípios, como os distritos de Guariba e Conselvan.
Numa semana chuvosa e outra semelhante, que começa neste domingo, 19, observações como “não tem pra ninguém, aqui ninguém passa” ou “a fila de carros não tem fim”, motivaram as autoridades dos municípios citados e Juína, também tem uma via alternativa de acesso a Aripuanã e Colniza, a emitirem uma nota, informando que a BR 174, agora MT 418, será fechada nesta segunda feira, 20.
Segundo nota conjunta dessas prefeituras, a passagem será permitida apenas aos veículos leves e ônibus. O bloqueio se deve a manutenção da “agora” MT 418, entre Castanheira e Juruena, que além de ser, provavelmente, o trecho mais crítico, é aquele que viabiliza o fluxo de veículos para todos os demais municípios, a partir de Castanheira. Ironicamente tem sido citado por alguns como “ um trecho de asfalto gelatinoso”, pois ao longo de anos esteve presente em vários anúncios de pavimentação asfáltica. O mais recente, feito pelo governador Mauro Mendes, define o início da obra assim que a estação das águas acabar.
A BR 174 agora MT 418
Segundo o Wikipédia, a BR-174 inicia-se no Mato Grosso no entroncamento com a BR-070, próximo da cidade de Cáceres. Dali a rodovia passa por Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, Comodoro até Vilhena, já em Rondônia. O trecho Comodoro/Vilhena é concomitante com a BR-364.
De Vilhena a rodovia segue de volta para o Mato Grosso até a cidade de Juína e de lá segue-se perdida entre várias rodovias como a MT-170, MT-208, MT-416, passando pelas cidades de Castanheira, Juruena até "ressurgir" em Colniza; de lá ela segue por mais 148 quilômetros interposta com a MT-206 até desaparecer novamente no distrito colnizense de Guariba.
No projeto original, a rodovia deveria seguir rumando ao norte a partir da MT-206 até se cruzar com a Rodovia Transamazônica, já no estado do Amazonas, todavia esse trecho, como outros, jamais saiu do papel.