O “pau, pedra, resto de toco e o fim de caminho”, citado no clássico “Águas de Março”, de Tom Jobim, alçado a clássico na voz de Elis Regina, flui dos cenários de março, quando o ciclo das águas encontra seu ápice.
Antes de março, porém, com os extremos climáticos crescendo em todo mundo, as águas têm produzido cenários em que esses elementos, infelizmente, estão atrelados a diversos transtornos, inclusive mortes, como na atual tragédia de Petrópolis.
Em Castanheira, se existe um grupo humano que conhece bem os dramas gerados pelas chuvas, que segundo estudiosos serão cada vez mais densas e devastadoras, por conta da quebra da relação impropria do homem com o meio ambiente, é o dos motoristas escolares.
Na primeira semana de volta as aulas eles já contabilizam histórias e mais histórias para serem contadas dos cenários muitas vezes caóticos que enfrentam. Ivo, Marquinhos, Jozimar, Manoel, Elder, Celso, etc., merecem o carinho da comunidade por aceitarem compor com o quadro da educação numa área tão difícil.
Mais do que o carinho, precisam, também, da compreensão, especialmente de alguns pais mais exaltados, que com o atraso dos ônibus não querem nem saber a razão. Muitas vezes os veículos estão atolados. E não se pode culpar ninguém.
O município de Castanheira tem investido o que pode na melhoria das estradas vicinais. Mas, as águas, talvez como uma resposta a questões ambientais não consideradas pelo homem, parece cada vez mais dar a resposta sobre limites. Só não vê quem não quer!
Como imagens falam mais do que mil palavras seguem algumas que dimensionam os desafios enfrentados por esses heróis muitas vezes anônimos, mas aos quais resolvemos dar nomes. Voltando a canção citada inicialmente, para esses, mesmo estradas tomadas pelas águas não representam "o fim do caminho".