Médico dentário que viveu em Castanheira enfrenta drama extremo

Existem limites humanos que não podem ser superados. Um deles, a falta das mãos para quem atua em ramos como a medicina dentária. Exatamente este é o drama de Evaldo Silva de Figueiredo, 45, que há dez anos começou a sofrer com os impactos do Parkison, doença degenerativa que afeta áreas específicas do sistema nervoso. 

Evaldo é muito conhecido em Castanheira, onde já residiu com a esposa Cibele Figueiredo, também odontóloga, tendo atuado na saúde pública do município na administração de Dr. Jorge Arcos. “Cheguei na cidade no dia 04 de janeiro de 2001, por volta das 11 horas. Era um dia de muita chuva. A tarde conversei com o prefeito e na mesma semana já comecei a trabalhar no Posto de Saúde”, lembra, destacando que tempos depois abriram consultório perto da Farmácia São Rafael, em frente ao antigo mercado do Zé Alemão.

No final daquela década, começaria um tempo de muitas lutas, pois de 2009 a 2012 acabou passando pelas mãos de 9 médicos, entre clínico, ortopedista, urologista e infectologista, até se chegar ao diagnóstico da doença, que raramente afeta pessoas mais jovens. Para evitar seu avanço em níveis ainda maiores, familiares, amigos e entidades como o Conselho Regional de Odontologia, CRO, compõem atualmente uma frente em busca de recursos para um tratamento no Hospital Universitário de Ribeirão Preto, SP, referência no país. Os custos são orçados em R$ 120 mil e pelo Sistema Único de Saúde, SUS, entra-se numa fila de espera. E, neste caso, esperar pode ser trágico.  

O dia a dia de Evaldo, como de todos que enfrentam este dilema, não é fácil, pois existe uma dependência muito grande de outras pessoas. A rigidez do corpo e os tremores, que se acentuam, impedem-no de executar tarefas simples do dia a dia, como tomar água, banho, etc.. Além disto, os remédios já começam a perder efeito. Completa o ciclo cruel, citado em livro que está escrevendo sobre o tema,  o abalo emocional por não poder fazer coisas que sempre gostou, como a prática odontológica. "Amo minha profissão. Se mil vezes eu pudesse fazer algo, seria a odontologia"

Entre as lembranças que fazem parte de seu cotidiano, dos tempos em que desfrutava de pleno vigor físico, estão os dias que viveu em Castanheira. “Foram anos maravilhosos. A cidade está num lugar especial de meu coração”, diz. Segundo ele, é muito comum receber visitas de castanheirenses em sua casa, em Juína. E como solidariedade é uma marca distintiva da cidade, registramos, a seguir, dados bancários para possíveis doações: Agência 2226-8, Conta Corrente 14.404-5, Banco do Brasil, em nome de Evaldo Silva de Figueiredo.  Ajudar é permitir a continuidade de uma história, preferencialmente com um final feliz.