As histórias que se avolumam dos tempos de Covid 19 ainda hão de marcar as gerações futuras, em textos, livros, filmes, etc. A de Aeny Layce de Paula Silva, natural de Brasília e residente em Ontário, no Canadá, é uma delas.
Em depoimento a Simone Machado, do Portal Universa, ela conta da realização de um sonho: o casamento com um canadense, chamado Isaac, programado para o final de 2020. Com as restrições da Pandemia, entretanto, o projeto tornou-se quase impossível.
Quase, porque ela encontrou uma madeira criativa de fazer com que os familiares participassem da cerimônia, via online. O mais inusitado, contudo, foi a forma como planejou ser levada pelo pai, ao altar.
“Aceitar que me casaria sem ninguém da família na cerimônia foi uma das decisões mais difíceis que tive que tomar”, relatava. Em muitos detalhes, porém, os familiares tiveram participação, como a escolha do vestido de noiva, feita pela mãe e amiga, via internet.
Em algumas das conversas ao telefone com o pai, ao longo do tempo de preparação, percebia que ele saia da ligação, sem avisar. “Eu sabia que ele estava tentando não chorar”, relembra.
No dia "D"
No dia "D"
No dia 18 de novembro, a cerimônia aconteceu. Todos os familiares acompanhavam a cerimônia pela internet. Até que “seu pai” apareceu, para leva-la ao altar. Na verdade, era um homem, indicado por uma amiga, alto e magro, como seu pai, com uma máscara de seu rosto.
“Fui rindo, chorando e tremendo até o altar”, relata Aeny. Quando soube, mais tarde, da emoção de seu pai, ao ver a forma que a filha encontrou de ter algo que o lembrasse, concluiu que valeu a pena o esforço.