Quando as pessoas queridas morrem, o que fica? Aquilo que plantam.
De Maria da Luz Matias da Silva, 64, que faleceu na noite desta quinta-feira, 15, no Hospital do Câncer, em Cuiabá, um dos sobrinhos, José Matias Soares, 50, cita muitas lembranças.
Sempre que passava em sua residência, no Sitio Carvalhais, no 3º Assentamento, no Vale do Seringal, havia algo a ser oferecido. “Um café, um doce, um pedaço de pão”, destaca, citando que no seu último momento com a tia foi servido de amendoim.
A densidade de pessoas na noite desta sexta, 16, na Casa da Saudade, em Castanheira, indica o alto grau de afinidades. Os gritos, risos e correrias das crianças, traz à memória do filho Arnildo Marias, 41, o quanto ela gostava de contar histórias. “Elas amavam”, diz, observando que na sua infância ouviu muitas.
Dona Maria da Luz era goiana de Jussara, Goiás, mas desde a década de 80 do século passado vivia em Castanheira, ou seja, nos tempos de distrito, sempre acompanhando o esposo, Osmar Vieira da Silva, nas lidas em Fazendas,
A dura labuta do pioneirismo era atenuada por realidades como o carinho dos netos. "Exemplo de mãe, esposa e avó, uma guerreira", registra a neta Maria Caroline, 19. "Queria sentir sua mão segurando a minha novamente e me levando para fora desta dor, vó; amo você para sempre", diz, num lamento traduzindo o mesmo sentimento de Mariana, Sabrina, Vitor Emanoel e Pedro Henrique.
A dura labuta do pioneirismo era atenuada por realidades como o carinho dos netos. "Exemplo de mãe, esposa e avó, uma guerreira", registra a neta Maria Caroline, 19. "Queria sentir sua mão segurando a minha novamente e me levando para fora desta dor, vó; amo você para sempre", diz, num lamento traduzindo o mesmo sentimento de Mariana, Sabrina, Vitor Emanoel e Pedro Henrique.
Em seu pedaço de chão gostava de carpir o quintal e cuidar das plantas. Das gostosuras que costumava fazer na cozinha, ninguém vai esquecer seu modo único de preparar frango caipira com gueroba, uma espécie de palmito amargoso, como dizem os goianos.
Segue a trilha eterna da neta Leonora, que partiu, prematuramente, e deixa, além do amado, Seo Osmar, dois filhos - Arnildo e Arlindo - cinco netos e as noras Ediane e Eliane, e muita saudade entre os demais familiares e os amigos. Depois que buscou os recursos da medicina, o desfecho de sua vida foi rápido, algo em torno de 15 dias, segundo Arnildo.
Seu corpo deve ser velado até às 09h00 deste sábado, 17, sendo sepultado, logo após, no Cemitério Bom Jesus.