Não poderia ter sido melhor escolha, a quadrilha, para encerramento de uma festa que celebra a cidadania em sua forma plena.
No aniversário de Castanheira era, inicialmente, para acontecer na sexta feira, 1º de julho, a chamada “quadrilha do aniversário da cidade”, mas foi transferida para o domingo, véspera da celebração histórica, lembrada no 04 de julho, quando romperam-se os laços administrativos da terra dos castanheiros com Juína.
O que se viu, foi de emocionar os que esquecem eventuais símbolos religiosos, atrelando a dança as chamadas festas que celebram santos, na concepção católica, e fazem uma leitura da alegria, enfim, de um encontro. Lá estavam filhos e mães, avós e netos, amigos, enfim, embalados pela música, com os comandos de passos dados pela “Jô do Mineiro”, fazendo par e revivendo tempos que não voltam mais.
Quem vive o entorno desta tradição, na medida em que se alegrava com os movimentos, tornados vívidos pelo ritmo da inconfundível sanfona, também lembrava ausências, de alguns que se foram e outros que não podem mais, marcados pelos limites que o tempo impõe, bailar de forma marcante com as roupas características, que lembram a simplicidade dos personagens da roça . Neste caso, por exemplo, faltou Antônio Maria, com sua inseparável Leni Alves de Lima Maria, pioneiros, figura marcante nos chamados bailões da terceira idade e nas quadrilhas, claro.
Mas, para testar as emoções dos presentes, levando-as ao clímax, o momento mais tocante da noite foi quando o nome de Luzia Ferreira Rios, numa justa homenagem, foi lembrado. Com a vida tragada num fatídico acidente automobilístico, a também inseparável companheira de Erotides Nunes Rios, o Tidinho, embora não fosse de participar das danças, usava suas hábeis mãos para preparar as roupas dos figurantes. Ela estava nesta tarefa, até 11 de junho, quando seus dias cessaram.
Alegria, saudade, riso, dor, sentimentos que se misturaram na noite proporcionada pelos idosos e amigos convidados, partilhando a alegre dança, numa mistura que tem o nome de gente e como a cidade é formada de gente, antes de qualquer coisa, o momento foi mágico. Tuita, a Secretária que incentivou o momento, e Sonia Moura, que ensaiou os passos, merecem os louvores pelo desfecho tão feliz, de uma noite que fica para a história.