Os vizinhos de dona Maria Auxiliadora do Nascimento não mais verão, doravante, ao final de algumas tardes, uma cuidadosa mulher, impulsionando numa cadeira de rodas, seu companheiro, José Caetano Nascimento, para um momento de refrigério nas imediações do Aeroporto, para contemplação do que ainda resta de natureza por lá.
Debilitada nos últimos anos, nunca deixou se abater. Lutou até o fim, projetando entre os seus, uma grande prole de 7 filhos, 24 netos, 29 bisnetos e um tataneto, a imagem de uma mulher batalhadora, guerreira, exemplo para as novas gerações. "Dela só boas lembranças", destacam, pelos familiares, Juliana e Rosângela. Nesta segunda feira, 06, sua história de vida onde Deus a plantou, se encerrou, ao sofrer um infarto.
Saudade é o que fica, desta alagoana de Ipanema, nascida em 24 de junho de 1944 e que decidiu, como muitos nordestinos, conhecer as novas terras de Mato Grosso, chegando em Castanheira em seus primórdios, no ano de 1981, o que faz dela uma pioneira.
Ao longo de sua vida Dona Maria sempre cuidou das lidas de casa. Desta rotina diária aprendeu a gostar de cuidar das galinhas, de suas plantas, dos seus cachorros, mas sua maior alegria, no dia a dia, era mesmo cuidar das rosas e apreciar o voo das borboletas. E se na literatura este inseto da ordem lepidoptera é símbolo de transformação, como sua fé, cristã católica, aponta para outro mundo, hoje ela apenas se despediu, voando para outra dimensão.