Luto: Castanheira se despede de Bruno Aparecido de Andrade

RESUMO DA NOTÍCIA

Trágico desfecho da vida de um jovem cidadão impõe reflexão sobre a valorização da vida.
Esta sexta feira, 12 de maio, ou mesmo antes, marca o desfecho da vida de Bruno Aparecido de Andrade, de 34 anos. 

Mais um entre os castanheirenses nascidos em Juína – ele no dia 12 de outubro de 1989 – Bruno foi encontrado morto, no quarto, pelo tio, Sérgio Andrade, na manhã desta sexta-feira, 12. Na cama, uma carta de 2 páginas, seguradas por uma vela, apagada, onde o gatilho ou gatilhos para o ato de tirar a vida podem estar registrados. 

O assunto é delicado, impõe cuidado. Deve excluir qualquer julgamento. Na literatura, fala-se num ato que objetiva tirar a dor, sensação penosa de origem diversa, estando entre as motivações o sofrimento, desgosto ou tristeza profunda. Enfim, o assunto é vasto.

Para alguns amigos reunidos na Casa da Saudade, já no adentrar da noite, o sentimento era de espanto, diante do desfecho fatídico, num laço de corda. Alguns, para desviar do tema - que precisa ser confrontado – destacavam as lembranças. 

Entre os que se manifestavam, o instrutor de capoeira Guatá, falou daquele que via como um filho e foi seu aluno por dez anos. “Era uma pessoa determinada” observa, citando como exemplo o dia em que começou a falar em abrir um Salão. E assim foi, em Juína e Várzea Grande. 

Uma professora, que prefere não se identificar, lembrou, em outro cenário,  do aluno Bruno. “Comigo sempre foi uma pessoa amável”.  Talvez por isto, uma indagação, feita por alguns, entre lágrimas: “por que?” Como o momento não era para a busca de respostas, o silêncio contemplativo prevalecia entre a maioria. 

Sinais

Como este tipo de desfecho da vida geralmente é precedido de sinais, há quem lamente, quando ocorre um suicídio,  não ter levado a sério um ou outro. 

Coisas como a depressão, solidão e tristeza ou mesmo não se alimentar, não dormir, evitar contato com as pessoas ou perder a vontade de fazer o que gosta, precisam ser consideradas, enquanto há vida.  

“Talvez, em algum momento Bruno sinalizou com o desejo de não viver”, observa uma psicóloga castanheirense ouvida pelo Castanheira News. 

Bruno residia ultimamente com os avós, no Sítio Primavera, próximo a cidade, nas imediações do acesso a linha 01. Seu corpo deve ser sepultado na manhã deste sábado, com serviços efetuados pela Pax São José.

Dados preocupantes

O Relatório OPAS sobre suicídio traz dados alarmantes: cerca de 800 mil pessoas morrem por esse motivo todos os anos. Isso só não é mais preocupante que a seguinte informação: há ainda mais pessoas que tentam suicídio. 

A tentativa e o pensamento suicida são elementos de importante conhecimento, já que é a partir disso que podemos ter atitudes para evitar acidentes. 

Dupla dor

Em meio as pessoas que chegaram nos primeiros momentos do velório de Bruno, na Casa da Saudade, um dos mais abatidos era o tio Sérgio Andrade, residente no Vale do Seringal.

Sérgio foi quem encontrou seu corpo, numa cena que o fez lembrar a recente morte de um grande amigo, o Marcos Rodrigues da Silva, o Marcão, no dia 18 de janeiro, no Sítio Serra das Pedras, no 4º Assentamento, vitimado por um ataque de abelhas.

Naquele dia, uma quarta feira, tentou socorrer o amigo. Mas, impotente, viu a vida desaparecer em seus olhos. 

Apoio

O Centro de Valorização da Vida (CVV) promove apoio emocional e prevenção do suicídio, com atendimentos gratuitos a qualquer pessoa, em qualquer lugar do país. O centro garante sigilo total e atende por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia, nos sete dias da semana, pelo telefone 188.