Juina, Castanheira e Guia Lopes: porque o sinal vermelho de uma pandemia

Que relação Juina, em Mato Grosso, e Guia Lopes da Laguna, no Mato Grosso do Sul, podem ter no cenário da COVID? Um parâmetro para reflexão. O fato de um juinense estar com o vírus e ter sido visitado por familiares em Cuiabá, onde se encontrava, tem sido o assunto predominante nas últimas horas. 

Em meio a opiniões desencontradas, o site Juina News procurou ouvir da fonte sobre o assunto, considerando-se o medo da população. As explicações do rito: ele esteve em São Paulo, na busca de mercado de trabalho, mas ao voltar a Mato Grosso soube que um amigo em comum, com o qual esteve, contraiu o corona na capital paulista. De imediato, tomou as providencias necessárias, a começar por fazer os exames, na capital, por conta própria, e comunicar as autoridades de Juína sobre a situação e necessidade de colocarem os familiares que foram visitá-lo em quarentena. 

Num cenário de tantas incertezas em que certas recomendações são exaustivamente lembradas, como a de se evitar o deslocamento para outras regiões, as redes sociais inevitavelmente transformam-se em espaço para controvérsias, julgamentos e discussões acerradas. “Não tem como isto não acontecer!”, destaca um dos envolvidos nas prosas. As já velhas opiniões formadas sobre o assunto vieram à tona. Em meio aos extremos dos que dizem que “os familiares foram irresponsáveis ao irem a Cuiabá” e dos que dizem “não vejo problema”, muitos posicionamentos coerentes tem sido registrados no pós texto do Juína News,  como de alguém que diz “em casa ou fora dela é preciso tomar todos os cuidados recomendados”, coisa que nem todos fazem.

É neste contexto que o caso de Guia Lopes da Laguna, em Mato Grosso do Sul, precisa ser lembrado. De nenhum caso de corona vírus no final de abril, evoluiu-se para mais de 30 na primeira semana de maio e, agora, mais de 64, num município com pouco mais de 9 mil habitantes, ou seja, pouco maior do que Castanheira. E tudo começou com um caminhoneiro, procedente de São Paulo, que esteve no Frigorífico da cidade fazendo uma entrega.

A coincidência de dois vetores, o juinense e o caminhoneiro, terem contato com São Paulo, não indica, necessariamente, que o caos vai se estabelecer na cidade de Mato Grosso e a partir dela no município mais próximo, no caso Castanheira. Sim, porque do outro lado do Rio Miranda, que separa duas cidades em Mato Grosso do Sul, o índice também zero de Jardim alterou-se abruptamente. Em poucos dias já eram oito infectados. Neste até este final de semana já são 22. Mas, como uma reportagem alerta, o sinal vermelho foi ligado por aqui. 

Os cuidados das autoridades devem ser redobrados nos próximos dias. E da população, o que dizer, quando alguns ainda desdenham da realidade do vírus? Neste caso, espera-se que os cidadãos de bem façam a sua parte, especialmente se forem comerciantes, orientando sobre os cuidados que desde o início da pandemia tem sido exaustivamente citados, a partir de protocolo da Organização Mundial de Saúde. Como “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, não custa insistir em recomendações como a importância do uso de máscara, distanciamento entre pessoas, evitar-se agrupamentos, lavar-se as mãos, usar-se álcool especialmente gel e isolamento para os que puderem como as melhores armas para o enfrentamento.