Desde o último final de semana a Igreja Presbiteriana do Brasil de Cuiabá, Mato Grosso, conhecida por alguns como Igreja Central, que tem como pastor titular o Reverendo Marcos Serjo, sedia a 40ª reunião do Supremo Concílio, espaço maior de decisões da denominação, pertencente ao chamado movimento de reforma dentro do protestantismo histórico e com 163 anos de existência.
Na edição deste ano – a reunião acontece quadrienalmente – dois assuntos devem tomar mais tempo no plenário de discussões, devido a repercussões fora dos arraiais eclesiásticos, embora já tenham sido de alguma forma colocados em pauta em reuniões conciliares anteriores: o papel da mulher na docência, especialmente na pregação, e o vínculo de membros com partidos de esquerda.
Em relação a mulher, na reunião anterior, que aconteceu em 2018 em Águas de Lindoia, São Paulo, a possibilidade de ordenação feminina, que credencia a mulher ao ofício de pastora, cogitada em outros momentos, já esteve no centro das atenções. Embora haja uma maioria, dentro da denominação, favorável a que a mulher ministre a palavra em casos excepcionais, sob autoridade do pastor, um segmento, maiormente formado pelos chamados puritanos, é contrário a essa e outras formas de participação no culto, como orar em público.
Sobre a questão política, um vazamento de conteúdo de documento a ser apresentado a partir de um concílio/sínodo do Paraná, com forte participação do Reverendo Osni Ferreira, de Londrina, conhecido por posicionamentos político-partidários – o que a igreja não recomenda a seus ministros - gerou intensas polemicas nas redes sociais nas últimas semanas. A pretensão é que a Igreja oriente seus membros a não votarem em candidatos da chamada esquerda.
Alguns pastores ouvidos pelo Castanheira News, presentes a reunião, que deve se encerrar no próximo domingo, avaliam que posicionamentos anteriores sobre os dois temas devem ser ratificados.
Decisões
Entre as deliberações já definidas em plenário, na eleição, que de praxe acontece como primeiro ato da reunião conciliar, o Reverendo Roberto Brasileiro foi reeleito como presidente do Supremo Concílio, posição que lhe confere a condição de moderador no contexto da denominação. Ele se mantém no cargo desde 2002.
No campo do ensino teológico, a região norte passa a ter Seminário próprio em Rondônia e Amazonas. A extensão do Seminário Presbiteriano de Goiânia, que funciona na cidade de Ji Paraná, Rondônia, ganha esse status e a metrópole Manaus também ganha uma instituição. Já a cidade de Curitiba, no Paraná, passa a ter uma extensão do Seminário Presbiteriano do Sul, o SPS, que tem base em Campinas, São Paulo.