Humboldt: a cidade científica da região noroeste que não deu certo

RESUMO DA NOTÍCIA

Revista Innovare News destacou tentativa do governo militar em implantar uma cidade científica nos arredores de Aripuanã.
Na edição especial de Outubro de 2021, a Revista Innovare News , na seção “Pitacos”,  ao traçar o entorno do que seria o município de Castanheira, destacou uma referência remota, mais adentro da Amazônia mato-grossense, que já existia na década de 40 do século passado. Tratava-se do município de Aripuanã.

Criado em 31 de dezembro de 1943, durante anos Aripuanã ficou à margem do que acontecia do grande Estado de Mato Grosso, que chegava até os limites do Paraguai, no município de Ponta Porã, criado bem antes, em 18 de julho de 1912. 

Aripuanã vivia na dependência de Manaus, no Amazonas, talvez por isto ganhando o título de “a cidade esquecida”.

Em 1966, ou seja, 26 anos depois de sua criação, o visionário governador Pedro Pedrossian, engenheiro nascido em Miranda, hoje, a exemplo de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, resolveu integrar o município à vida política e econômica do Estado.

Para levar a frente seu projeto, designou Amauri Furquim, experiente piloto de táxi aéreo, profundo conhecedor dos sertões, como prefeito. Por mais 12 anos, porém, a sede do município funcionava em Cuiabá. Para atender as demandas locais, antes da chegada da AR1 (MT 170), que saia de Vilhena, hoje Rondônia, um pequeno aeroporto foi construído.

No último mandato do então prefeito Sebastião Otonio de Carvalho, fundador do distrito de Fontanillas, a sede foi transferida para o município.

Cidade de Humboldt

No início da década de 70 do século passado, depois de um voo na Amazônia, os militares resolveram dar apoio a um projeto amazônico que tivesse bases científicas e tecnológica.

Pedro Paulo Lombra, um dos auxiliares do Ministro do Planejamento à época, João Paulo dos Reis Veloso, fez então o esboço da Cidade Científica de Humboldt, em homenagem a Alexander von Humboldt, famoso geógrafo e desbravador alemão, nascido em Berlim, em 1796, considerado um dos pais da geografia e visto como o homem que colocou a América Latina no mapa. Aripuanã foi o lugar escolhido.

A cidade, que contou com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso, não foi avante, mas chegou a deixar alguma produção para a história.

“Estive naquela região, nesta época (entre 1972 e 1973); Aripuanã era um vilarejo, onde uns poucos moradores caçavam tartarugas e trabalhavam em seringais, mas as lindas cachoeiras do lugar já chamavam a atenção”, destacou na reportagem da Revista, Maurício Nantes, responsável pelo Núcleo Juína do Projeto Aripuanã, destinado a fomentar o povoamento da região noroeste.