Os Desbravadores, Clube formado por meninos e meninas, presente em mais de 160 países, com 90 mil sedes, sendo uma em Castanheira, e mais de 1 milhão e meio de participantes, está de luto. Uma entre as oito vítimas em Suzano, São Paulo, Samuel Melquíades Silva Oliveira, era de suas fileiras. No velório, integrantes do Clube "Soldados da Fé" cantaram o hino da organização cristã de orientação adventista e no enterro, na tarde desta quinta-feira, 14, no Cemitério São Sebastião, sua bandeira foi posta sobre o caixão, enquanto os amigos agitavam lenços amarelos.
“Até logo, Samuel, nos veremos na glória”, disse um pastor da denominação. Nas redes sociais, recado semelhante espalhou-se país afora, com os dizeres “até a ressurreição, Samuel”, indicando uma das expressões de fé do cristianismo, de que a vida, no aqui e no agora, é apenas um rito de passagem, havendo uma eternidade pela frente para aqueles que ao longo dela confiaram em Jesus Cristo para salvação e viveram sob o respaldo de seus ensinos.
Na Escola Raul Brasil, contexto da manhã sangrenta da quarta-feira, 13, quando dois assassinos a invadiram e abriram fogo aleatoriamente, Samuel, de 16 anos, era um aluno modelo. “Dificilmente faltava, sempre foi muito dedicado”, diz o tio, José Silva, destacando outras referências: tinha o sonho de fazer curso superior na área de design, pois gostava muito de desenhar. Tinha como marcas de sua caminhada o interesse por assuntos espirituais e o respeito pelos mais velhos. Lembrando canção de Os Arrais, “se a chuva me alcançar e o barco revirar, que eu acorde em terra firme!”, o jovem desbravador foi alcançado pela violência, mas certamente vai acordar em terra firme, onde as primeiras coisas – da realidade do aqui e do agora – terão passado.