Em cidade pequena, as notícias correm velozmente. Ainda mais quando o assunto envolve um padre, ministro religioso da Igreja Católica. E foi assim que, da noite para o dia, ele se tornou o assunto de todas as rodas de conversas. Hoje não há quem não o conheça. E até por isto resolvemos falar um pouco dele. Vamos nessa?
Quando o nome de Pedro Paulo Opeka foi indicado para o Prêmio Nobel da paz, em 2011, os moradores de San Martin, pequena cidade da província de Neuquén, na Argentina, nas margens do Lago Lácar, vibraram. Foi o assunto de dias, semanas, meses. A mesma expectativa do mérito se repetiria em 2013 e 2015. O outrora pequeno filho de um pai refugiado esloveno, exímio trabalhador da construção civil, tem construído uma história de orgulhar qualquer um.
Eu, pastor Vivaldo S. Melo, da pequena comunidade Nova Canaã, tive contato com seu nome ao receber um vídeo de Maria Tigre, contando um pouco da história deste sacerdote extraordinário. Para mim, que no ministério evangélico já tinha sido instrumento para a construção de algumas casas, em lugares distintos, inclusive Castanheira, um dos paradigmas deste Pedro joga por terra qualquer pretensão de arrogância, por algum mérito. Nesta área, por exemplo, ele conseguiu viabilizar a construção de mais de 3 mil residências, movido pelo amor cristão, além de centros de saúde, instalações desportivas e coordenar centenas de projetos voltados para pessoas sofridas.
Pedro Opeka deixou a Argentina meio por conta própria, incomodado com as notícias que ouvia do sofrimento humano em países da África. Antes, quando muito jovem, ao ler o evangelho bíblico, determinou no seu coração que não iria imitar Jesus Cristo, mas segui-lo. Escolheu Madagascar, naquele continente, para colocar em prática, de alguma forma, o amor que aprendera daquele livro de fé. Como ponte, sendo originário de um país de paixão pelo futebol, usou uma bola, para atrair a atenção das crianças. Foi o começo de uma história de fazer corar líderes cristãos de gabinete.
Deste padre, muito pra se contar. Como o leitor não é chegado em textos grandes, basta citar a revolução efetuada a partir de um lixão, onde a vida de crianças, homens e mulheres, no limite da miséria, o impulsionou a realizar vários projetos humanitários. Um deles, foi construir, numa área a sessenta quilômetros da capital da ilha famosa (estamos falando de Madagascar), Antananarivo, uma vila, a Atolojanahary, nome traduzido por “Dom de Deus”, do malgaxe, língua nativa da região. Hoje é referência de um lugar digno para milhares de pessoas viverem em comunidade. “Pai Pedro”, como é conhecido por lá, já foi instrumento para a construção de moradias de excelente qualidade – não esses caixotes que a gente vê no Brasil - para mais de 500 mil pessoas. Ele costuma dizer que o desafio que o move é conferir dignidade às pessoas carentes, considerando três passos: telhado, trabalho e educação!
Esse padre Pedro é incrível! Louvo a Deus por sua vida. Não é sem motivo que governantes de países como a Eslovênia, Australia, dos países da União Europeia, e, claro, de Madagascar e Argentina, ainda referenciam seu nome para o Prêmio Nobel. Se eu fosse registrar, aqui, os prêmios que já recebeu, este espaço seria ocupado por um textão. E para que não fique nenhuma dúvida sobre a justeza de seu caráter, registro sua afirmação de que “é possível vencer a pobreza, é possível devolver aos pobres sua dignidade de filhos de Deus”. O fato dele mudar a vida de milhares de africanos, conferindo-lhes essa condição, é a maior prova. Em outras palavras, existem pessoas determinadas a ajudar o próximo, existem pessoas super determinadas. E existe o padre Pedro Opeka....
(Confira vídeo neste Blog sobre o trabalho de Pedro Opeka)
Vivaldo S. Melo