Num órgão público de Castanheira, quando indagada se tomou a vacina contra a Covid, uma senhora diz não precisar. Indagada pela razão, observa que segue o que presidente Jair Bolsonaro diz. Outra, numa fila da Caixa Econômica, em Juína, diante de um público silencioso, destaca que a vacina faz alterações no corpo, sendo apenas um meio de alguns ganharem dinheiro.
Esses dois exemplos ilustram uma das pontas da discussão sobre o uso de vacinas na luta contra a Covid. Na outra ponta, entre outros, estão cientistas dedicados, atuantes em outros cenários de endemias que lutam pela vida. Entre os dois extremos, perguntas, dúvidas, incógnitas e, claro, muita discussão, especialmente por conta da politização do tema.
Mas, afinal, quando se pensa num resultado final, pelo menos até o momento, qual a verdade? Um dos caminhos seguros é recorrer-se as estatísticas. Independente delas, qualquer cidadão consciente sabe que o momento requer, acima de tudo, prudência.
Das estatísticas, uma das mais recentes, do governo Suiço, mostram que pessoas não vacinadas correm um risco de morrer quase 50 vezes maior do que as vacinadas com dose de reforço.
Há um ano, o Ministério da Saúde da Suíça reúne dados sobre o status de vacinação da população e, ao relatar mortes por Covid, os médicos também precisam passar essas informações para as autoridades. O resultado é um gráfico que deixa evidente a eficácia das vacinas - e especialmente da dose de reforço - para salvar vidas.
Edouard Mathieu, chefe de dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, explicou que o risco de morrer por Covid na Suíça é nove vezes menor para pessoas vacinadas e 48 vezes menor para quem tomou uma dose de reforço em comparação com quem não tomou nada.
A Suíça vacinou 68% da população com duas doses; 35% com o reforço. E o governo quer aumentar logo esses números, porque os casos não param de subir. Nesta quarta-feira (19), o país registrou o maior número de casos em 24 horas desde o início da pandemia: mais de 38 mil em um país com menos de 9 milhões de habitantes.
O ministro da Saúde, Alain Berset, avisou: “Precisamos seguir muito modestos e prudentes”. Ele alertou: “Para sair da pandemia, não há atalho. A vacinação é fundamental, inclusive com a dose de reforço, para proteger contra quadros graves da doença”. Ele também pediu paciência e cautela.
Vídeo abaixo mostra começo das posturas em relação a Covid na Suiça.
Vídeo abaixo mostra começo das posturas em relação a Covid na Suiça.