Dor!

RESUMO DA NOTÍCIA

Estabelecido em Castanheira desde 1986, quando chegou adolescente, Jadiel Nunes Rios Neto morre dois dias após o sepultamento do pai, Arrival. Deixa uma história de lutas e um exemplo digno para as futuras gerações.
Sob várias óticas a palavra “dor” ganhou contornos intensos nesta sexta-feira, 23, em Castanheira, diante da morte, em Primavera do Leste, onde estava internado no Hospital São Lucas, do jovem empreendedor Jadiel Nunes Rios Neto, vitimado pela COVID 19.

O que dizer da dor da mãe, Aldecy Vargens Rios, que há dois dias sepultou o esposo, Arrival, há um mês o irmão, Henrique,  e agora se vê diante da morte do filho? Do irmão, Ricardinho Rios, diante de uma doença cruel, depois de ver a vida cessar, aos poucos, na história dos dois, no triste plantão de hospital por semanas? De Queila Almeida Rios, que não terá mais o seu amado, num tempo tão especial em que Deus outorgou a ambos a dádiva da pequena Sofia? E de outros: avó Bárbara, tios, sogros, primos, cunhados, amigos, irmãos da comunidade evangélica a qual pertencia, desde suas raízes, em Montanha, Espírito Santo, onde nasceu em 25 de dezembro de 1976?

Jadiel herdou do pai, Arrival, que herdou do pai, Jadiel, do qual herdou o nome, o amor pela pecuária. Na Fazenda Ouro Branco, em Castanheira, desenvolveu a técnica do pastejo rotacionado, avanço na tecnologia de manejo, comprovando o seu perfil de um pecuarista antenado com as novidades do mercado. Gostava de ler sobre o tema e participar de atividades como encontros e seminários, tendo o reconhecimento por sua luta em premiações como a concedida, em 2015, pelo grupo Caiado Fraga. 

Cristão convicto, seguiu os passos de seus antepassados no caminho da fé reformada. Gostava de participar das atividades voltadas para casais, tendo sido professor para este segmento na Escola Dominical, espaço de docência de sua denominação religiosa, a Igreja Presbiteriana do Brasil

Sempre foi convicto de que a vida não se esgota na realidade do aqui e do agora. Por isto não temia a morte, vendo-a como lucro, por elevar os mortais a uma condição de imortalidade. “Com outros que se foram antes dele,  Jadiel já vive em um novo cenário, onde a dor que tem maltratado tantas famílias nesses dias, por conta de um vírus cruel,  não mais existe”, destacou um de seus amigos, em contato com o Castanheira News. Deixa um bom exemplo para as novas gerações e uma enorme saudade entre os que com ele conviveram.

Segundo informações, o corpo de Jadiel deve chegar a Castanheira amanhã, pela manhã. Por volta das 07h30 deve sair, em cortejo, em frente a Igreja Presbiteriana do Brasil, na Rua Gilio Rezzieri, 578, na direção do Cemitério Bom Jesus.