Poucos lembraram hoje, em Castanheira, de uma data muito importante na história, quando se fala no ontem e no hoje de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Há 46 anos, no dia 11 de outubro, decreto federal assinado pelo presidente militar Ernesto Geisel criava o Estado de Mato Grosso do Sul.
“Adeus, Cuiabá”, foi o grito de muitos, do lado de lá, que inclusive foram as ruas para celebrar. A expectativa, tendo em vista que os municípios do hoje MS estavam consolidados, era de um grande crescimento. Duas questões, no entanto, já eram percebidas: Mato Grosso ainda continuou com grande extensão territorial e com muitas terras não desbravadas.
Com o tempo, com o avanço da colonização, especialmente por grupos oriundos do Sul do país, Mato Grosso viria a ser o grande celeiro de grãos do país e referência no agro negócio. Mato Grosso do Sul, embora apareça entre os cinco nos rankings que avaliam produtividade, com extensão menor, só mais recentemente começa a investir em modalidades de negócios não pensados, como a celulose e industriazação.
Para os que pensam num país grande, nenhum revanchismo. Talvez, no máximo, um sorriso diante de cenas históricas como as faixas de “Adeus, Cuiabá” que circularam em movimentações no dia da divisão confirmada, 11 de outubro de 1977. Para os maldosos até caberia a lembrança do adágio "quem ri por último ri melhor". Mas, isto, além de estúpido seria desconhecimento histórico.
Na verdade, como explica o professor Pedro Chaves dos Santos Filho, hoje com 82 anos e à época diretor do Colégio Mace, a vontade de separar era dos dois Estados e já havia rusgas desde 1932, com a revolução constitucionalista, quando até um governo provisório foi implantado em Campo Grande. “Desde este tempo havia desejo intenso de separação, porque Campo Grande produzia e todos os recursos iam para Cuiabá”.