Durante muitos meses nesta campanha eleitoral, que na verdade começou a há muito tempo, ouviu-se que “o Brasil está dividido”. As pesquisas dos institutos mais conhecidos, porém, indicavam percentuais muito além do que acabou acontecendo neste domingo, 02, quando Lula, do PT, obteve, em números redondos, 48% e Jair Bolsonaro, do PL, 43%.
Embora representantes desses institutos lembrassem que pesquisas registram um retrato de momento, muitos não esperavam uma mudança tão grande, em termos percentuais, num espaço de mais ou menos 12 horas entre as últimas projeções do IPEC e do Datafolha, em desfavor do candidato do PT, o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por outro lado, ao afirmar e reafirmar nas últimas semanas que não aceitaria uma vitória de pelo menos 60% no primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro, do PL, concorrente direto de Lula, também errou, conforme pode se deduzir dos números reais.
O Brasil está, então, verdadeiramente dividido, num cenário onde ideologias, ondas impressionantes de fake news e estratégias questionáveis tem levado muitos cidadãos trabalhadores, dedicados e que sonham com um país melhor, a radicalizações nunca vistas nas disputas eleitorais, contabilizando mortes, várias episódios de violência gratuita, julgamentos e separações, inclusive de amizades que já foram relevantes.
Com o resultado final das urnas, inclusive previsto por um ou outro instituto “menos renomado”, tirante a possibilidade de algum fenômeno na reta final, difícil é, para muitos, aguentar mais um mês da segunda parte de uma campanha, no âmbito presidencial, que promete outros rounds, fakes, estratégias, afrontas ao jogo democrático, etc. Como alguns personagens não estarão no confronto em eventos como os debates televisivos, o circo de horrores do primeiro turno talvez não se repita nas mesmas dimensões.
A propósito do resultado do primeiro turno, lembro de conversar com um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, há mais de um mês, no Aza Selaria, e destacar que, pelas peças do jogo, a corrida presidencial seria “cabeça a cabeça”, usando um termo muito utilizado nas antigas corridas de cavalos. Não represento nenhum instituto, mas edito um simples Site, que sobrevive graças ao carinho de um ou outro apoiador. Intuitivamente, contudo, estava certo. Espero também estar certo em minha visão de que, em algum momento deste pleito eleitoral, muita gente se perdeu, infelizmente. E a vida ficou menos bela e mais triste!
Vivaldo S. Melo
Vivaldo S. Melo