Considerado o maior exportador de carne bovina do planeta, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o Brasil fechou o ano de 2022 em alta nesse mercado. Segundo dados atualizados da Abiec, As exportações de carne boniva brasileira subiram 40,8% entre janeiro e dezembro de 2022 em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo a associação, o volume embarcado acumulado do ano chegou a 2,3 milhões de toneladas, sendo 22,6% maior do que o volume registrado em 2021: 1,8 milhão de toneladas. A projeção é de que as exportações ultrapassem a marca de três milhões de toneladas entre 2025 e 2030.
Conforme dados da Associação, só no primeiro semestre de 2022, o Brasil vendeu carne bovina para 132 outras nações. O dado mostra que a carne brasileira vem ocupando um espaço de destaque no comércio internacional. Instituições especializadas indicam como principais motivos para esse feito a qualidade do produto nacional e o posicionamento do Brasil como um importante parceiro comercial de outras nações e não como competidor.
Conforme avaliação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o destaque do Brasil em relação às exportações é resultado de décadas de investimento em tecnologia, o que possibilitou elevar não só a produtividade, mas também a qualidade do produto, fazendo com que ele se tornasse competitivo.
A empresa pública de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ressalta ainda o fato de que a exportação de carne bovina representa 3% das exportações brasileiras e um faturamento de mais de R$ 6 bilhões. O quantitativo representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 30% do PIB do Agronegócio, movimentando mais de R$ 400 bilhões por ano.
No mercado financeiro, conforme levantamento do Infomoney, ações de frigoríficos brasileiros listados na B3 – Bolsa de Valores Brasileira – são opções para quem deseja ser sócio de empresas desse mercado. JBS (JBSS3), BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) são exemplos.
Principais destinos das exportações de carne brasileira
De acordo com dados da Abiec sobre os principais destinos das exportações da carne brasileira, a China se mantém em primeiro lugar, com compras de 1,2 milhão de toneladas, totalizando US$ 7,9 bilhões em faturamento em 2022. Egito, com 96,6 mil toneladas em importações; União Europeia com 85,4 mil toneladas; Filipinas com 61,4 mil toneladas e Emirados Árabes Unidos com 58,5 mil toneladas.
Mato Grosso, São Paulo e Goiás aparecem no topo do ranking dos estados responsáveis pelas exportações de carnes bovinas, conforme dados da Abiec. Minas Gerais e Mato Grosso do Sul ficaram com a quarta e a quinta posições respectivamente.
Números do setor já estavam em alta
De acordo com relatório publicado pela Abiec, as exportações de carne bovina brasileira já haviam atingido um recorde em 2021. Os embarques brasileiros alcançaram US$ 9,2 bilhões naquele ano, uma alta de 8,4% em relação a 2020.
Os valores negociados considerando somente a carne in natura, que corresponde a 80% do volume exportado em 2021, também apresentaram recorde. Foram US$ 5.170 por tonelada, alta de 18,2% em comparação a 2020.
Nesse mesmo período, o movimento do agronegócio da pecuária de corte foi de R$ 913,14 bilhões. Todos os negócios e movimentações relacionadas à cadeia de produção – incluindo valores dos insumos utilizados na pecuária, investimentos em genética, sanidade animal, nutrição, exportações e vendas no mercado interno – estão incluídos neste volume.
Pecuária e projeções
No cenário mais conservador, projeções da Abiec mostram que as exportações de carne bovina brasileira devem ultrapassar a marca de três milhões de toneladas entre 2025 e 2030. Nesse cenário, a produção de carne precisará aumentar em 35% até 2030 para garantir o atendimento do mercado interno e externo. Para que o aumento seja possível, será preciso um incremento de 45% na produtividade média da pecuária brasileira.