Cristina Leitner: Mais um nome importante da história de Castanheira

RESUMO DA NOTÍCIA

Primeira professora em Fontanillas, primeira supervisora pedagógica na Escola Maria Quitéria (cargo hoje equivalente a coordenadora) e primeira diretora das Escolas Rurais. Por essas e outras, a professora Cristina Leitner Paz é mais um nome para a história e destaque na série "Castanheira: Fragmentos de uma História"
O desenvolvimento do município de Castanheira tem na mulher uma figura muito importante. A educação no que hoje é a cidade, por exemplo, ou seja, na zona urbana, começa com elas e a partir delas. O primeiro Hotel, surgiu sob o comando de uma delas.  Mais à frente, no pós povoado e pós distrito, quando se emancipa de Juína, em 04 de julho de 1988, a primeira gestão administrativa se dá com uma mulher.

São personagens que, nesta série, “Castanheira: Fragmentos de uma História” ganham merecido destaque.

O capítulo das Escolas Rurais  tem a força de uma mulher, representante de um grupo que tem bastante descendentes por aqui, os catarinenses. Nascida em Luzerna, pequena cidade da região histórica do Contestado, em 23 de agosto de 1948, filha de Josef e Maria D. Leitner, já tem seu nome registrado por algumas “primeiras funções” exercidas na região.

Estamos falando de Cristina Leitner Paz, esposa do saudoso Idelfonso Paz, já falecido,  mãe de Cleber, Cintia e Ernane, que em 1976 colocou os pés em Fontanillas, distrito de Juína, envolta pelo mesmo sonho de todos os brasileiros que foram tocados pelas notícias de que uma região de boas oportunidades estava surgindo na Amazônia Mato-grossense, dentro de um projeto do governo federal, o Polo Amazônia.  

No pequeno vilarejo, às margens do grande Juruena - que poderia até ser uma cidade, não fosse o traçado de construção da rodovia AR 1, concebido para ligar Vilhena a Aripuanã, fortalecer Juína como um núcleo importante -,  Cristina foi a primeira professora

Ainda em Fontanillas, depois de passar em concurso público do Estado, ganhou efetivação, fazendo parte de uma estrutura que dava um nó na cabeça de muita gente: era lotada na Escola Francisco de Assis, de Aripuanã, então polo de uma vasta região, que tinha sede administrativa em Cuiabá.  

De lá ouviam falar das facilidades criadas pela CODEMAT, para os que desejavam se estabelecer em Castanheira, parte de uma geografia também aparentemente complexa: era um sub núcleo, do núcleo Juína, do Polo Aripuanã, do Polo Amazônia. Mas, tudo parte de um projeto que tinha por finalidade povoar os chamados espaços vazios da região noroeste de Mato Grosso, tese que não tem unanimidade entre os historiadores.

Em 1983, dentro deste espírito, chegou a Castanheira, sendo efetivada na Escola Estadual Maria Quitéria, criada em 19 de abril daquele ano. “Foi um tempo difícil aquele início, pois muita coisa era improvisada”, destaca, falando da escola que substituiu o primeiro núcleo escolar da cidade, que funcionou, por dois anos, numa sala cedida pela CODEMAT.

Na primeira equipe da escola que é um dos nomes que projeta a cidade além de seus limites, antes de ser professora de sua área – Geografia - foi a primeira supervisora pedagógica, chegando a conciliar temporariamente a função com a direção, em 1985

Até que chegou 1988, ano da emancipação do município. Para a prefeitura a população escolheu uma mulher, Zilda Stanguerlin, que escolheu outra mulher para a Secretaria Municipal de Educação, Maria Odete Coltri Marcantonio, que escolheu para diretora das escolas rurais. Quem? Cristina Leitner Paz! 

Em detalhado relato, escrito a mão, em português impecável e bem legível, Cristina Leitner relata que inicialmente eram 23 escolas sob seu comando, localizadas em diversas linhas rurais, construídas dentro de uma filosofia da CODEMAT de implantar uma unidade escolar a cada 6 quilômetros,  nas terras rurais, no seu projeto de interiorização. De imediato, outras tiveram que ser construídas.

“Essa jornada foi rica em aprendizado”, observa, ao destacar que foi um tempo de muitos limites. “Tudo era rústico, as estradas precárias, com vários atoleiros nos tempos de chuva, os professores tinham pouca ou nenhuma experiência, com isto precisando de auxílio pedagógico, etc.”

O trabalho em equipe, contudo, foi decisivo para que os desafios iniciais fossem vencidos, ainda mais quando na educação havia um time de mulheres determinadas e batalhadoras, como Cristina, que foi a primeira professora em Fontanillas, primeira supervisora pedagógica na Escola Maria Quitéria (cargo hoje equivalente a coordenadora) e primeira diretora das Escolas Rurais. Por essas e outras, mais um nome para a história.