Um lamento de dor, ouvido por uma leitora do Castanheira News, no final da tarde desta terça-feira, 23, nos altos da Rua Narciso Sparavieri, no número 31, Bairro Santa Rita, nas proximidades da denominação cristã “Igreja que militar na obra da restauração de tudo”, indicava que algo triste tinha acontecido com a família do pastor Sandro Carlos Raymundo Flor. Naquele momento, sua esposa, Marileia Souza da Silva Flor, 42, acabava de falecer.
Leia, como era conhecida entre os castanheirenses que aprenderam a amar a família que chegou ao município em 2 de novembro de 2012, com um grupo de voluntários cristãos do Rio de Janeiro que se deslocou ao município para construir, pelo sistema mutirão, o templo e plantar a semente de uma comunidade cristã, estava internada na ala Covid do Pronto Atendimento, em Castanheira, desde a última sexta-feira, aguardando uma vaga de UTI pela regulação no Estado.
Segundo a Secretária de Saúde do Município, Ivania Tigre, em Nota de Pesar direcionada aos familiares, fiéis da Igreja e amigos, houve um agravamento do quadro por conta de outras comorbidades. “Ela não resistiu e hoje veio a óbito”, diz a nota, finalizada com os desejos de descanso em paz e conforto aos que sofrem sua perda.
Guerreira!
“Minha mãe sempre foi guerreira, criando os filhos no caminho que devem andar, cumprindo sua missão até o final”, destaca o filho Eliezer Flor, 20, lembrando sua recente mobilização em prol de uma prima, Patrícia Cerqueira, de Itamaraju, Bahia, sua terra natal, também vencida na luta contra a Covid.
Mãe e esposa dedicada, sobre os filhos, registrou recentemente, nas redes sociais, serem os maiores presentes que recebeu. “Vocês são bênçãos com que Deus me abençoou, são os diamantes raros (...) amo-os muito”, destacou.
Leitora assídua do Castanheira News, desde os tempos de Innovare News, costumava compartilhar, nos últimos tempos, suas preocupações com o avanço do coronavírus no município, a cada matéria publicada. Como todos que faleceram neste ano, jamais poderia imaginar que seria uma das vítimas.
Deixa quatro filhos e uma lacuna na obra de sua Igreja na cidade. Com fé na eternidade, a partir do relacionamento com Cristo como Salvador, como gostava de declarar, já faz parte de outra comunidade, a celestial. Por aqui, deixa saudades, sentimento que cada vez mais ganha espaço na vida das pessoas, diante das perdas ocasionadas por um vírus que insiste em ficar. E marcar dramaticamente este tempo da história.
Dia triste...
Leia falece no dia que houve o maior número de mortes no Brasil, desde o início da pandemia, superando o patamar de 3000 pela primeira vez, num cenário de grande preocupação, uma vez que começa a faltar oxigênio em muitos Estados e Municípios. Mato Grosso é um deles. E Castanheira entre os municípios listados pelas autoridades de saúde.
Sepultamento
Seu sepultamento deve acontecer às 08 horas desta quarta-feira, 24, precedido de uma movimentação que tem feito parte do novo normal: os cortejos, sem paradas, na direção do Cemitério Bom Jesus. Será uma oportunidade para uma última homenagem.