A terça-feira, 02 de abril, amanheceu triste em Castanheira. O tempo, com jeito nostálgico, sem o brilho do sol, já aguça a saudade de muita gente. Dois de seus moradores mais antigos já não existem na terra dos viventes. A partir de agora, só “in memoriam”, pelas marcas que deixaram.
Cícero Ferreira, nascido em 06 de novembro de 1939, em Cafelândia, São Paulo, foi sepultado na tarde desta segunda, 1º de abril, no Cemitério Bom Jesus, depois de dias de sofrimento no Hospital Geral, em Cuiabá, onde tratava de um tumor na cabeça. As lágrimas silenciosas em dezenas de rostos, na Casa da Saudade, nas últimas despedidas, especialmente da esposa Marlene Araújo Ferreira, 71, com a qual conviveu por 58 anos, davam o tom de sua importância em muitas histórias. A lembrança de Luto, estampada numa frase, na porta de entrada da Casa do Idoso, onde frequentou e fez parte de muitos momentos inesquecíveis, reforça o fato de ter sido alguém precioso na vida de muita gente.
Em Castanheira desde 1990, depois de uma história com capítulos no Sergipe e Tangará da Serra, dedicou a vida nas lidas do campo, como agricultor, sendo comumente visto nas primeiras horas da manhã com uma enxada na mão para cuidar de sua terra. “Ao longo de décadas alimentava o hábito de sentar num banco de madeira, acender o seu cigarro e contar suas histórias”, conta a filha Valdineia Araújo Tomazi, 36, para a qual o pai deixa um legado de amor e carinhos pelos seis filhos, dez netos e sete bisnetos. Homem de família, sempre com uma lição de vida pra compartilhar, gostava de reunir todos aos domingos, para festivos almoços, onde não podia faltar feijão com farinha e uma “carninha assada”.
"Meu avô vai fazer muita falta, daqui pra frente, em nossa vida. Não poderemos esquecer, jamais, sua sintonia com a natureza; como lembrança de sua presença entre nós acrescento uma peça imprescindível de seu traje diário, o chapéu!", destaca Poliana Alves.
Mais uma saudade...