Quando o município de Castanheira foi criado, em 1988, por força do decreto lei estadual 5.320, Egídio Liberato da Conceição já tinha fincado suas raízes na nova pequena terra do extenso noroeste de Mato Grosso, com sua grande família. Nesta segunda-feira, 30, depois de almoçar foi tirar uma sesta e adormeceu, para sempre. “Morreu dormindo”, disse um dos familiares, indicando como provável causa um AVC.
Sergipano, contado entre os milhares de nordestinos que vieram especialmente para o sudeste e sul do país no século passado, em busca de dias melhores, “Seo” Egídio viveu mais de 50 anos com Maria Luiza Correia, conhecida como Dona Maria, sendo pais de 10 filhos, avôs de 20 netos e bisavôs de 10 bisnetos.
Com uma prole tão grande, foi difícil, na Casa da Saudade, controlar o fluxo de pessoas conforme recomendado pelas leis de proteção contra o coronavírus. “Tentava até me esquivar, mas de repente aparecia alguém, que há muito tempo não via, e vinha me abraçar”, disse o vereador Lourival, que tem em comum com a família enlutada o fato de duas irmãs se casarem com filhos do falecido. “Rosa casou com Elias e Cleonice com Zezinho”, explica.
Por respeito ao protocolo do COVID-19, o Innovare News não esteve no local, mas o próprio Lourival tratou de atuar como repórter, passando as informações. “Ele era meu amigo desde 1990, quando dei aulas para os quatro últimos de seus filhos na Linha Meia Dois, em Castanheira, onde também fomos vizinhos”, destaca. Nascido em 23 de janeiro de 1929 teve a vida marcada pelo trabalho, especialmente nas lidas da roça. Deixa sua marca na história.