As histórias contadas pelos desbravadores do chamado Polo Amazônia, do governo federal, que objetivava ocupar a região noroeste de Mato Grosso, a partir de quatro polos, sendo um deles o de Aripuanã, que ia até Diamantino, onde está o chamado “bico” do Estado, são parecidas em alguns detalhes.
Os que abraçaram o chamado Projeto Juína, dividido em dois sub núcleos – Terra Roxa e Castanheira – lembram da região ser uma selva. “Juína era uma selva bruta, floresta mesmo!”, destaca o coordenador Maurício Lúcio Nantes, a frente de uma grande equipe, que não raro via muita onça de perto.
Outra concordância é que embora existissem muitas castanheiras, na região que acabou levando o nome da árvore alta e bela, nativa da Amazônia, elas eram mais encontradas.
Se a da entrada de Castanheira chamou a atenção, por sua posição estratégica em relação a Estrada AR1, uma outra poderia reforçar o simbolismo da cidade. Ficava exatamente ao lado daquela que seria a primeira construção no município, base para as ações da CODEMAT e que acabou servindo a vários propósitos.
Como o prédio ficava onde hoje é a Praça 04 de Julho, nas proximidades onde existe o coreto, já imaginaram uma majestosa castanheira no centro da cidade, nos dias atuais? Se a primeira, levou a equipe da Codemat a fazer um contorno, optando pela preservação, esta segunda, contudo, foi cortada. "Com dor no coração tivemos que derrubá-la!", destaca Maurício Nantes.
Segundo avaliação, ela oferecia riscos a estrutura física que centralizou as primeiras ações voltadas para ser o futuro município. Um pouco distante, à época, deste ponto inicial, uma outra, onde hoje situa-se o Vale Verde, foi preservada e faz parte de um dos mais belos cenários da cidade.
Um pouco da árvore
A castanheira é considerada vulnerável pela União Mundial para a Natureza (IUCN) e, no Brasil, aparece na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente.
A principal causa para o risco de extinção é o desmatamento. No Brasil, castanhais são derrubados para a construção de estradas e barragens, para assentamentos de reforma agrária e para a criação de gado.
Normalmente atinge entre 30m e 50m de altura e de 1m a 2m de diâmetro. É uma das espécies mais altas da Amazônia. Há registros de castanheiras que alcançaram 50m de altura e mais de 5m de diâmetro.
Seu tronco é reto e os galhos se concentram na parte mais alta da árvore. A casca é acinzentada, e as folhas, que ficam acima da copa das outras árvores, têm de 20cm a 35cm de comprimento. Chegam a durar 500 anos.
Como a da entrada da cidade ainda tem diâmetro pequeno, há quem avalie que tenha em torno de 200 anos. Com isto, muitas gerações, ainda, continuarão tirando fotos e fazendo selfies a partir dela. Da que existiria bem no centro da cidade, apenas o registro de uma foto...