Quando o assunto é solidariedade, os castanheirenses podem não ser os maiorais. Mas, se destacam. Nos últimos anos, várias iniciativas deixam isto em evidência, algumas pontuais, como em casos de doenças de pessoas da comunidade, outras permanentes, como os leilões em prol dos Hospitais do Câncer de Barretos e Cuiabá. Agora, com os reflexos diretos do corona vírus na vida das pessoas, não tem faltado pelo menos a disposição de muitos em ajudar.
As jovens Bianca Vanelly da Silva e Leticia Antunes, ambas com 18 anos, estão entre os que se disponibilizaram, desde o primeiro momento, a ajudar especialmente as pessoas inseridas no chamado grupo de risco, como os idosos. Movidas pelo desejo de fazer alguma coisa além das meras palavras, aderiram a uma espécie de corrente de voluntários que se dispuseram a ir até eles, tocadas pela campanha do “fique em casa”.
“Precisamos ajudar, especialmente as pessoas do grupo de risco, pois ao fazer isto estamos cuidando de todos”, diz Letícia. Para Bianca, qualquer medida preventiva tem um peso significativo, pois o sistema de saúde em todo o país é precário. Para as duas, o raciocínio é simples. Ao evitar a movimentação de pessoas como os idosos, auxiliando-os em afazeres como fazer compras ou ir até o Banco – fazendo isto por eles – diminui-se a possibilidade de contágio, uma vez que são mais vulneráveis aos vetores.
Muitos podem achar tudo um exagero, afinal a presença desta pandemia tem revelado, paralelamente à solidariedade, um alto grau de ignorância e estupidez entre os mesmos humanos, alguns dos quais ainda acham que a terra é plana. Se, como os profetas dos tempos antigos, observam que o vírus não chegará em Castanheira e destacam o “índice zero” de casos até o momento como fundamento, Bianca e Letícia assumem que “é melhor prevenir do que remediar”. E se o pior acontecer – algo que ninguém deseja – elas, como outros, atuaram na perspectiva do melhor.